O presidente da Comissão Impeachment no Senado, Raimundo Lira (PMDB-PB), disse hoje (24) que as operações da Polícia Federal não vão atrapalhar ou interromper os trabalhos do colegiado. "É mais um fato lamentável que está acontecendo no país, mas esses assuntos, de maneira nenhuma, vão atrapalhar ou interromper os trabalhos ou o bom andamento da Comissão Especial do Impeachment”, afirmou Lira, ao ser perguntado se a Operação Custo Brasil, deflagrada ontem (23), poderia influenciar o processo contra a presidenta afastada Dilma Rousseff.
A Operação Custo Brasil é um desdobramento da Operação Lava Jato e investiga um esquema de pagamento de propina de mais de R$ 100 milhões para diversos funcionários públicos e agentes políticos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, entre os anos de 2010 e 2015. O ex-ministro Paulo Bernardo, marido da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), foi preso em Brasília e levado para São Paulo.
Em nota divulgada ontem, Gleisi disse que a operação ocorreu para desviar o foco da opinião pública de problemas do governo do presidente interino, Michel Temer. “Não me cabe outra explicação que não o desvio de foco da opinião pública deste governo claramente envolvido em desvios, em ataques aos direitos conquistados pela população. Garantir o impeachment é tudo o que mais lhes interessa neste momento”, afirmou a petista.
Sobre a nota da senadora, Lira disse que é preciso “levar em consideração o sofrimento da família da Gleisi com esse acontecimento”. “Mas está muito claro, independentemente deste governo ou do governo anterior, que a Polícia Federal, o Ministério Público e o Judiciário estão agindo com total independência. Isso é muito bom para o fortalecimento da democracia brasileira”.