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MPF Mato Grosso aciona Bradesco para pagar R$ 350 mil por não dar informação da movimentação financeira de prefeitura

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O Ministério Público Federal pediu à Justiça que condene o Banco Bradesco e um de seus funcionários a pagar R$ 350 mil, por negarem informações a uma investigação que apura irregularidades na gestão de recursos públicos no município de Ribeirão Cascalheira (547 km de Cuiabá).

De acordo com a ação civil pública, apresentada pelo MPF, a investigação requereu o extrato da conta da prefeitura de Ribeirão Cascalheira porque o município movimentou, de janeiro de 2017 a junho de 2018, mais de R$ 31,8 milhões tendo um dos débitos alcançado o valor de R$ 956,1 mil  em espécie, para pagamento de funcionários e fornecedores. Em resposta, o Bradesco alegou que só poderia fornecer as informações com decisão judicial, conforme as diretrizes da Lei Complementar nº. 105/2001.

Mas, para o procurador responsável pela ação, a regra contida nessa lei não assegura o direito à privacidade de contas de pessoas jurídicas de Direito Público – como prefeituras, por exemplo – na gestão de recursos do povo, circunstância em que prevalece, como nos casos já julgados pela Justiça, o princípio constitucional da publicidade.

Ainda segundo o procurador, além de configurar crime de desobediência, “a resistência do Bradesco em atender aos pedidos de informações feitos durante a investigação não faz sentido e atrapalha o trabalho do Ministério Público, Polícia Federal e do Judiciário. Trata-se em verdade de recalcitrância em cumprir os entendimentos firmados pelos tribunais pátrios, bem como por via transversa forçar o MP a mover ações e abarrotar o judiciário com questão que não se submete a reserva de jurisdição. Em linhas gerais, os demandados com seu comportamento subvertem a ordem jurídica e exigem dos órgãos de persecução penal a apresentação de ordem judicial que o próprio Poder Judiciário afirma ser desnecessária”, sustenta a procuradoria.

A ação busca ressarcir os danos e evitar que condutas semelhantes prejudiquem o andamento de investigações e o MPF pede que a Justiça Federal condene os requeridos ao pagamento de R$ 350 mil ao Fundo de Direito Difuso por danos morais coletivos, informa a assessoria.

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