Após ameaçar abandonar a base governista, o senador José Medeiros (PSD) se reuniu com o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, para debater a situação da BR-163. Ao Só Notícias, ele afirmou que o ministro se comprometeu a participar de audiências, em datas a serem definidas, em Sinop e Rondonópolis, para discutir os rumos da rodovia. “Não vamos ficar esperando a boa vontade da Odebrecht. Queremos o que é de direito de Mato Grosso. Acredito que a coisa começará a andar”, afirmou.
O parlamentar destacou que se reuniu com o presidente Michel Temer (PMDB) e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, dos quais também cobrou uma resolução para a BR-163. Em resposta, o gestor encaminhou uma equipe técnica para discutir as saídas para o impasse na concessão da rodovia. “A Odebrecht derreteu em termos de credibilidade. Ela não tem aporte financeiro e nem credibilidade para conseguir empréstimo. Sem os recursos, não tem como duplicar a rodovia. Dito isso, o governo se comprometeu a dar um ‘ultimato’ para a empresa: ou ela repassa a concessão, ou devolve para o governo”.
Segundo Medeiros, a intenção é conseguir uma definição o mais rápido possível. A boa notícia, conforme ele, é que o governo avalia a rodovia como “atrativa”, caso a concessão seja devolvida. “O governo diz que é um dos trechos mais atrativos. A gente quer, agora, que o processo saia rápido. Caso seja necessário relicitar a concessão, pode levar até dois anos. O presidente Michel Temer garantiu que este assunto é prioridade”.
Na semana passada, Medeiros, que é vice-líder do governo no Senado Federal, garantiu que abandonaria a condição de integrante da base do governo no Congresso Nacional caso o Planalto não resolvesse os imbróglios com a Odebrecht, que impossibilitam a entrega da duplicação da BR-163 em Mato Grosso. O posicionamento foi passado pessoalmente pelo parlamentar ao líder no Senado do presidente Michel Temer, Romero Jucá (PMDB).
A concessão da rodovia à Rota do Oeste, subsidiária da Odebrecht, atingiu um trecho de 850 quilômetros, que vai desde a divisa de Mato Grosso com Mato Grosso do Sul até Sinop prevendo a duplicação de todo o trajeto. Atualmente, as obras estão paradas, visto que a concessionária cobra a liberação de um financiamento de R$ 2,7 bilhões, previstos em contrato pelo governo federal via Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), para que a nova infraestrutura da via fosse totalmente finalizada.