As críticas ferrenhas do senador Blairo Maggi (PR) ao governo e diretamente à presidente Dilma Rousseff (PT), não devem promover revisão de posicionamento do partido, que faz parte da base de sustentação. Essa é a análise do presidente estadual do PR, senador Wellington Fagundes. “O próprio senador Blairo Maggi deixou isso bem explicado. Essas críticas são dele, de cunho pessoal, e não interferem na posição da agremiação de apoio ao governo federal”, disse Fagundes.
Ele também reconheceu que o “desabafo” de Maggi, que chegou a sugerir a possível intenção de calote do governo federal, “é compreensível porque o senador é político e também empresário”. É que como um dos donos do Grupo Amaggi, o senador também estaria sentindo os reflexos amargos da crise na economia do país.
Fagundes assegurou que essa possibilidade, de o partido rever sua posição de respaldo ao governo, não teria sido aventada. “Não trabalhamos com esse contexto, até porque independente da posição partidária, cada um dos parlamentares têm direito e sugerir melhorias, a cobrar e por que não, fazer críticas? Afinal de contas, isso faz parte do processo de direito da livre democracia, e o PR é um partido que se pauta na democracia”, assinalou.
Blairo Maggi manteve durante as eleições de 2014, a postura de validador do projeto de reeleição da presidente Dilma Rousseff. Seu prestígio junto a presidente rendeu em anos anteriores o poder para colaborar em indicações para ocupação de postos cobiçados no staff da petista. Ele foi o propulsor da nomeação para o cargo do ex-ministro da Agricultura, Nery Geller (PMDB), sendo substituído neste ano pela senadora Kátia Abreu (PMDB).
Maggi, agora irritado com as dificuldades apontadas por estados como Mato Grosso, como em relação ao repasse atrasado do FEX, chegou a admitir que “errou” em apoiar Dilma no pleito passado.