A ex-primeira-dama e ex-secretária de Estado de Trabalho e Assistência Social, Roseli Barbosa, o filho dela e de Silval, Rodrigo Barbosa, e o irmão do ex-governador, Antônio Barbosa, estiveram na Controladoria-Geral do Estado (CGE) para prestar depoimentos sobre os fatos relatados em suas delações premiadas a exemplo do que o próprio ex-gestor já fez em janeiro. Eles foram ouvidos pelos auditores do Estado Nilva da Rosa e Rodrigo Amorim.
Roseli foi ouvida sobre o envolvimento de cerca de 100 empresas em esquemas de pagamento de propina durante a gestão do marido. As fraudes, apontadas pelo próprio Silval e apuradas em processos já instaurados contra essas empresas, teriam afetado as secretarias de Infraestrutura, Gestão, Extraordinária da Copa, Educação, Trabalho e Assistência Social. O montante do rombo aos cofres públicos teria ultrapassado R$ 1,6 bilhão. Desse valor, conforme as investigações, R$ 1,5 bilhão envolveria apenas uma empresa, enquanto os R$ 100 milhões restantes correspondem a outras investigadas. O depoimento de Roseli durou cerca de 40 minutos. A ex-primeira-dama chegou à sede da CGE com uma pasta, segundo ela contendo papéis com informações relativas às empresas contratadas pela secretaria de Assistência Social, no período em que ela esteve no comando. Algumas das investigadas ainda mantêm contratos com o governo.
Já Toninho Barbosa, que segundo investigações era quem operava os esquemas ilícitos para Silval, não quis falar com a imprensa. A expectativa, no entanto, era que em seu depoimento falasse sobre pagamentos de propina envolvendo a empresa prestadora de serviços para o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e que se tornou alvo da Operação Bereré, deflagrada na semana passada. Sua única declaração aos jornalistas foi que “tudo o que eu tinha para falar está na delação do Ministério Público Federal”.
Rodrigo Barbosa também chegou à Controladoria carregando uma pasta. O médico enfatizou que tudo o que falou aos auditores faz parte do que foi revelado dentro do acordo de delação premiada. “É um processo que se refere a questões administrativas e a gente não pode entrar em detalhes”, se justificou.
Silval Barbosa prestou depoimentos aos auditores da CGE ao longo de quatro dias, em janeiro. Ele próprio se disponibilizou a colaborar com as investigações que estavam em curso.