O governador Blairo Maggi (PPS) vai receber em audiência nesta quinta-feira, às 9 horas em seu gabinete, representantes das categorias da Polícia Militar, Bombeiros Militares e Delegados Civis. A reunião foi articulada pelo deputado Humberto Bosaipo (PFL). O encontro pode por fim a um indicativo de “aquartelamento” aprovado pelos militares em assembléia geral no último de 15, e à insatisfação dos delegados. Ambas as categorias se reuniram, sem sucesso, com os Secretários de Administração Geraldo De Vitto, e de Segurança, Célio Wilson. Por isso a decisão de só discutir o assunto com o governador.
Para Humberto Bosaipo, ao aceitar receber a categoria, o governo sinaliza com a disposição de encontrar uma solução para que a sociedade não venha a sofrer pela falta desses serviços. “É uma sinalização positiva do governo e esperamos que resulte num consenso, para que a sociedade não seja penalizada”, disse.
Segundo o parlamentar, os PM e Bombeiros querem discutir o Estatuto da Polícia Militar. A peça vem sendo estudada há mais de três anos sem que nenhum acordo seja selado em questões polêmicas como jornada de trabalho, subsídios e promoção. No atual governo, a proposta foi enviada ao parlamento no final do ano passado, a categoria reunida analisou e propôs reformulações, que não foram aprovadas pelo Executivo. Uma contra-proposta foi feita pelo governo e tudo voltou ao impasse.
Já os delegados de polícia de Mato Grosso reivindicaram a equiparação salarial e aumento do quadro de pessoal. Segundo os delegados, o último aumento real foi concedido no governo Jaime Campos, quando os ganhos dos delegados foram nivelados com os de Procuradores. Hoje, os procuradores ganham cerca de R$ 17 mil e os delegados em média R$ 8,5 mil. A redução de ganhos dos delegados se deu com a aprovação da Emenda Constitucional 41/2003 e o desconto de 11% sobre os ganhos ativos e inativos.
No tocante ao quadro de pessoal, eram 214 delegados em 1990 e hoje, quinze anos após, são 180. O Sindicato do Delegados, afirma que o aumento da população e da complexidade dos crimes praticados é preciso ampliar o número de delegados. Pelo menos 81 municípios não têm delegado e cerca de 400 novos profissionais seriam necessários para atender a demanda estadual.