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Lula vai ao sepultamento de senador no Mato Grosso do Sul

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De autoridades a admiradores anônimos, o senador Ramez Tebet, de 70 anos, foi homeageado na tarde deste sábado, durante o velório no ginásio de esportes de Três Lagoas, a cidade natal que ele administrou e onde pediu para ser sepultado, no mesmo cemitério em que foram enterrados seus pais. A trajetória que lhe rendeu reconhecimento nacional no cenário político foi lembrada por muitos, entre eles colegas de oposição ao governo no Congresso e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que considerou a morte “uma perda irreparável, em um momento novo da política do Brasil”.

O presidente foi à cidade com um grupo de senadores. Lembrou ter tomado posse em primeiro de janeiro de 2003 em ato comandado por Tebet, então presidente do Congresso Nacional. “Toda vez que morre um político importante, que contribuiu para o Brasil, o País fica um pouco mais órfão”, lamentou.

Foi por incentivo de Tebet que o governador eleito André Puccinelli ingressou na política, quando era um médico chegado do Paraná para viver em Fátima do Sul. Para ele, o legado político do senador fica para a filha dele, Simone, prefeita de Três Lagoas, cargo já ocupado pelo pai, que foi também deputado, governador, ministro e teve cargos no Executivo.

Puccinelli lançou um desafio ao PMDB. “Cabe ao PMDB procurar suprir a falta do Ramez”. O presidente nacional da legenda, Michel Temer, que também participou do funeral, deu a resposta. “Não será fácil substituí-lo, é um quadro valoroso do PMDB”. Do mesmo grupo político, a senadora eleita Marisa Serrano comentou que era na casa de Tebet que ocorriam as reuniões quando o consenso parecia distante.

Ele era tido pacificador. “Ramez tinha caráter conciliador e sempre pregava pelo conciliamento. Perdemos todos um grande senador e eu um grande amigo”, lamentou o presidente do Congresso, Renan Calheiros, que também acompanhou o funeral.

“Nesse período ele sempre foi exemplo de coerência política, delicadeza e generosidade. Mesmo no momento em que tínhamos posições divergentes ele nunca foi capaz de um gesto de indelicadeza. Sempre mostrou respeito e generosidade”, afirmou a amiga Heloísa Helena, que durante a campanha cancelou compromissos como candidata à presidência para visitar o senador, já debilitado.

Elogios vieram da oposição. O deputado federal petista Antônio Carlos Biffi apontou coerência como um traço do senador. Poucos políticos ascenderam como ele, comentou em Três Lagoas.

Anônimos- Admiradores anônimos também foram para a despedida do filho mais ilustre de Três Lagoas. Muitos consideraram que o senador ajudou a dar visibilidade ao município no Estado e em nível nacional.

“Preciso estar aqui para me despedir da pessoa que trabalhou por minha cidade”, justificou o aposentado Joaquim Pereira da Silva, que chegou cedo com o neto ao ginásio de Três Lagoas para o velório. Hamilton Silva Pereira, professor universitário, considerou que a história da cidade está entremeada com a trajetória do senador.

Genoneva Santos Silva, que acompanhava eventos em que o senador ia, disse que não tinha como se ausentar da despedida. “Espero que ele continue olhando por nós lá de cima”.

Luto- O governo de Mato Grosso do Sul, prefeituras e o Senado decretaram três dias de luto pela morte de Tebet. No sepultamento, apresentação de banda marcial, salva de tiros e homenagens.

O senador teve cerca de 40 anos de vida pública. Cumpria segundo mandato de senador. A luta contra o câncer se estendeu por cerca de vinte anos. Desta vez, a doença debilitou o fígado. “Meu pai nunca desistiu de viver”, disse Rodrigo, um dos quatro filhos de Tebet.

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