quinta-feira, 12/dezembro/2024
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Lula convoca ministros do PMDB a trabalhar por Aldo

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou ontem os três ministros do PMDB para cobrar apoio da bancada do partido na Câmara à candidatura de Aldo Rebelo (PC do B-SP) a presidente da Casa. Lula ouviu que seria “difícil” e que teriam de “trabalhar muito”, segundo expressão de um deles, para obter o apoio de mais de 40 entre os atuais 88 deputados federais do PMDB. Em fase de cooptação, a sigla deverá conquistar mais cadeiras até quarta-feira, dia da eleição na Câmara.

Num encontro rápido, Lula disse que pediria a todos os ministros de partidos aliados e do PT que trabalhassem a favor de Aldo, candidato oficial. Depois, deixou os três ministros conversando com o articulador político do governo, o ministro Jaques Wagner (Relações Institucionais)
Simultaneamente, o governo acenou ontem com a liberação de R$ 500 milhões para pagar emendas parlamentares (leia na pág. A5), o que sempre ajuda nas articulações do governo no Congresso, apesar de, nos últimos tempos, a gestão Lula ter colecionado derrotas.

Estiveram com Lula e Wagner os ministros peemedebistas Silas Rondeau (Minas e Energia), que quase não falou no encontro, Hélio Costa (Comunicações) e Saraiva Felipe (Comunicações).

Numa avaliação preliminar, Costa disse que, na conjuntura atual, Aldo Rebelo pode ter menos que os 52 votos obtidos recentemente pelo líder do PMDB na Câmara, Wilson Santiago (PB), para se manter no cargo. A estimativa realista é que o candidato governista terá algo em torno de 40 votos peemedebistas.

“A base tem de se unir de novo. O Aldo é jeitoso, foi um bom líder do governo e acho que tem condição de ganhar se vocês e os outros ministros ajudarem “, disse Lula, segundo relato de um auxiliar à Folha. Lula e Wagner disseram ainda que gostariam que os ministros convencessem o presidente do PMDB, Michel Temer (SP), a desistir de ser candidato a presidente em benefício de Aldo.

Mais uma vez Lula ouviu que seria “difícil” e que eles, por serem ministros na cota da ala governista do PMDB, não teriam sucesso na empreitada. Temer é do grupo oposicionista da sigla.

Wagner chegou a dizer que Temer já estaria mais “calmo” hoje –depois de ter visto sua candidatura ser abandonada pela ala governista do PMDB anteontem. O articulador de Lula ouviu interpretação oposta. Temer estaria “uma fera” com Renan Calheiros, presidente do Senado. A avaliação geral é que uma eventual desistência de Temer será para apoiar algum candidato anti-Planalto –possivelmente o oposicionista José Thomaz Nonô (PFL-AL).

Em conversa com Lula na quarta-feira à noite, na Granja do Torto, Renan bombardeou Temer, que negociava com Wagner o apoio do governo a ele. Renan prometeu a Lula cerca de 60 votos a favor de Aldo. Ontem, os ministros disseram que essa marca dificilmente será atingida.

Lula, então, demonstrou impaciência. Afirmou que Renan tinha avaliação mais otimista e que não foi ele quem vetou Temer. O presidente afirmou: “Não tenho nenhum problema com ele [Temer], ainda mais depois que o PSDB e o PFL decidiram ter outro candidato [Nonô]”.

Segundo auxiliares de Lula ouvidos pela Folha, o presidente não fechou com Temer porque o seu próprio partido se mostrou dividido no apoio a ele e porque Renan e os líderes do PT, do PSB e do PC do B disseram que Aldo seria mais viável.

O ministro Wagner relatou que dera início a negociações para levar João Caldas (PL-AL) a desistir de sua candidatura a favor de Aldo e para impedir que Ciro Nogueira (PP-PI) se lance na disputa com apoio do baixo clero (grupo de parlamentares de pouca visibilidade pública). Lula afirmou que estava trabalhando também o PTB e que se encontrara no dia anterior com o líder petebista na Câmara, José Múcio. O PTB, partido de Roberto Jefferson, pertence à base do governo, mas se encontra um pouco mais distante do Planalto devido ao escândalo do mensalão.

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