A secretária municipal de Educação, Cleusa de Marco, disse hoje que ficou surpresa com a decisão dos servidores de iniciar greve nas escolas a partir da próxima 2ª feira. A prefeitura propõe 3,3% de revisão geral anual nos salários e a categoria quer 8%. Ela afirmou que o diálogo está mantido na tentativa da greve não iniciar na segunda-feira, como foi estabelecido em assembleia.
"Aguardamos a reunião que (os profissionais) terão com os vereadores (nesta 5ª feira) porque o que gerou essa indignação dos profissionais da Educação foi a não aprovação, na câmara, da data base em janeiro. Então, isso foi considerado uma traição dos vereadores porque todo o debate também do RGA foi construído e debatido com os vereadores, toda a proposta que foi enviada à câmara foi debatida com os vereadores. E, infelizmente, o projeto do RGA (foi reprovado pela maioria), começando por emenda verbal que retirou a data base para janeiro e isso desagradou todos os profissionais da Educação. Queremos ver como o legislativo vai resolver essa situação, agora, porque comprometeu o RGA de todos os servidores públicos do município", afirmou a secretária.
Cleusa reforçou que a proposta feita pela prefeitura e enviada à câmara (que acabou não sendo aprovada) "contempla um ganho real nos salários dos profissionais, este ano, apesar de todas as dificuldades financeiras a gestão conseguiu garantir ganho real". "Outro ponto reivindicado é a data base em janeiro e foi garantida no projeto de lei enviado à câmara. Se índice não é satisfatório para os profissionais, estaremos construindo um novo índice até o final do ano de acordo com a arrecadação do município que venha contemplar os anseios da categoria", disse, em entrevista coletiva. Ela apontou ainda que está na etapa final o estudo para atender outra reinvidicação que é a criação do plano de carreira com "a inclusão dos servidores da Educação. Já fizemos estudos de impacto, as tabelas salariais" e "há uma minuta elaborada que está sendo debatida".
Na última segunda-feira, na sessão da câmara, votaram contra o projeto da prefeitura os vereadores Dirceu Cosma, Professora Terezinha, Marcos Paulista, Fernando Pael, Márcia Pelicioli e Vagner Godóy.
Ela disse ainda que a prefeitura não conseguiu "chegar ao índice reivindicado, índice do piso. Mas temos para janeiro (2019) a perspectiva de construção desse índice". Precisamos deste tempo, desses estudos, a administração constituiu uma comissão formada também pelo Sintep e sindicato dos servidores para análise da evolução da receita do município e, assim que tivermos condições e não comprometendo o limite prudencial (de gastos com salários) estaremos apresentando, junto com a comissão, novas propostas de reposição salarial". "A administração do prefeito Binotti está cumprindo compromisso com os profissionais da Educação" .
O procurador jurídico Flavio Barra, rebateu argumentos de vereadores que votaram contrários ao projeto, que se a prefeitura cortasse 15% dos cargos de confiança (comissionados), sobraria mais recursos e poderia ser maior o percentual de RGA para os servidores concursados. "Os comissionados correspondem a 9,46% da folha de pagamento, apenas. Nem que eliminássemos todos os cargos comissionados, esse índice poderia ser melhorado ao ponto que é reivindicado". Ele acrescentou que, ano passado, a prefeitura concedeu 7% de RGA para os servidores e para os profissionais da Educação 9%. "Mas era um cenário diferente", comparou.
Barra acrescentou que foi criada uma "atmosfera de perseguição. Temos que acabar com a queda de braço político e de ego para poder fazer o que é certo", criticou, referindo-se aos vereadores de oposição. "Trabalhamos em cima de números, com critérios técnicos", emendou.
Ainda na sessão da última segunda-feira, vereadores aprovaram o projeto de Lei 55/18 aumentando o valor do vale-alimentação para os servidores. O valor passará de R$ 220 para R$ 240. Os servidores solicitavam R$ 280.
Lucas do Rio Verde tem mais de 10 mil alunos matriculados nas 12 escolas municipais e 5 creches.
(Atualizada às 18:33h)