Representantes políticos e do Comitê BR-163 (sediado em Sorriso) estiveram reunidos com comandantes do Exército para discutir sobre a privatização da rodovia BR-163, pela proposta apresentada pelo Governo Federal de que as obras de asfaltamento sejam feitas pela iniciativa privada, o que resultará no pagamento de pedágio por 25 anos no trecho entre Nova Mutum e Santarém (Pará) . Há vários anos que está sendo articulado o asfaltamento da rodovia entre Guarantã do Norte (Nortão de Mato Grosso) até Santarém – aproximadamente 900 km.
Para a construção e recuperação do trecho seriam necessários investimentos de R$ 2,6 bilhões, gerando mais de quatro mil empregos. Com o asfaltamento dessa área, o escoamento da madeira e da safra agrícola pelo porto de Santarém aquecerá as exportações no Nortão, além de reduzir os custos de transporte em até U$$ 30 por tonelada.
Mas a preocupação da comitiva está na privatização da construção e recuperação da rodovia, que acarretará no pagamento de pedágio. De acordo com o projeto serão 13 pontos de pedágio, desses, cinco no Mato Grosso. O pedágio deverá ser cobrado a partir do segundo ano da concessão no Nortão, e depois de três anos no Pará. O trecho entre Nova Mutum e Guarantã -que está asfaltado- também seria recuperado, entrando na área privatizada. Participaram da audiência a senadora Serys Marli (PT), deputado Carlos Abicail (PT)e a senadora Ana Julia (PT), do Pará, e o presidente do Comitê da BR-163, Jorge Baldo. Ele disse que o asfaltamento da rodovia não será feito 100% pela iniciativa privada. “A luta não acabou. Além de chamar o Governo Federal à responsabilidade para a Br-163, é preciso avançar na questão portuária em Santarém- de forma a criar clima favorável aos interesses econômicos dos nossos empresários rurais”.
O Governo Federal ainda não lançou o edital para as obras de asfaltamento da rodovia. Já foram feitos estudos de impacto ambiental, inúmeras audiências públicas, simpósios, conferências e debates em cidades mato-grossenses e paraenses sobre diversos aspectos como econômicos, sociais, ambientais