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Hidrovia barateará custos do frete de alimentos no Nortão, diz Pagot

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A logística de transporte, ou otimização de recursos, virou tema recorrente entre empresários e estudiosos do debate sobre custo-benefício do escoamento de produtos de Mato Grosso e da região Centro-Oeste para o resto do mundo. Neste mês, especialmente, o assunto ganha espaço com a discussão do transporte hidroviário em diferentes fóruns que contribuem com idéias e políticas para o setor, no contexto da integração comercial na fronteira do Estado com a Bolívia.

Nesta segunda-feira, por exemplo, foi aberto em Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, a reunião do Comitê Intergovernamental da Hidrovia (CIH) Paraguai-Paraná. O encontro prossegue até sexta-feira (06). A principal finalidade dos representantes de Brasil, Paraguai, Bolívia, Argentina, Uruguai será a busca do consenso para a renovação dos Acordos de Manutenção de Transporte Fluvial pelo canal do rio Paraguai, considerado a artéria natural do Mercosul. No dia 27 deste mês, em Corumbá (MS), será realizado novo seminário sobre a hidrovia e, em junho, uma audiência pública vai discutir o tema no Congresso Nacional.

De acordo com o superintendente da Administração da Hidrovia Paraguai-Paraná (Ahipar), Fermiano Yarzon, que vai participar da reunião de Santa Cruz, passada a discussão técnica, a renovação dos acordos de navegação na hidrovia estará na dependência da aprovação política. “Todos os procedimentos legais para renovação foram feitos. Se todos os países concordarem com os encaminhamentos e ajustes feitos nos últimos 10 anos, a aprovação tem que passar pelo Congresso dos cinco países”, planeja. Na reunião, a presidência do comitê da hidrovia será transferida da Bolívia para o Brasil.

O secretário de Infra-estrutura, Luiz Antônio Pagot, diz que o governo estadual tem feito várias discussões a respeito de como tornar a via navegável do rio Paraguai de acordo com o que determina a lei, como ocorreu no Seminário Internacional de Infra-estrutura Multimodal e no seminário “Carta de Cuiabá: Workshop de Cáceres”, na sexta-feira , em Cáceres.

Em termos aproximados, o secretário estimou a redução de 50% no custo para transportar cargas por hidrovia, se comparado com o escoamento por rodovia. Vantagem competitiva que não se encerra no critério custo, lembra. “Um comboio de 30 mil toneladas tira entre 500 e 600 carretas da estrada e reduz consumo de diesel, prejudicial ao ambiente. Há uma economia forte de petróleo e combustível fóssil. Este projeto, como outros do governo, tem objetivo claro de gerar empregos, qualidade de vida”, compara.

Segundo Pagot, esses ganhos não ficam apenas no caso do transporte fluvial, pois se for para a modalidade rodoviária, uma BR-163 asfaltada e em condições de uso fará o custo de alimentos no Vale do Araguaia e no extremo Norte de Mato Grosso chegar à população com custo 30% menor. “O seminário de Cáceres mostrou a necessidade da retomada das oportunidades que a população da cidade precisa. As pessoas passaram tempo sem participar dessa discussão empresarial, comercial”, disse ele, convocando os cidadãos para fazer parte do debate.

Segundo o sócio-proprietário da Granule, Luiz Crivilatti, importador e exportador de cereais e usuário há oito anos da hidrovia, mesmo com alguns impedimentos o modal tem trazido retorno para os negócios, na forma de custo menor no transporte. “A hidrovia proporciona 10 dólares a menos na competitividade em relação à logística rodoviária com os portos de Santos e Paranaguá”, diz.

A logística, afirma o professor José Vicente Caixeta Filho, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, faculdade da Universidade de São Paulo (USP), compreende as operações planejadas da base física, das informações e do gerenciamento com objetivo de transportar insumos para a produção e produtos ao mercado consumidor. É vital para a competitividade do comércio exterior dos países e o modal hidroviário tem potencial para desempenhar esta função.

“Atualmente é a grande prioridade do Brasil no que diz respeito à produção. Hoje, a capacidade estática que temos de armazenamento é inferior às demandas agrícolas, a capacidade é distribuída irregularmente e há deficiência na capacidade de armazenar nas propriedades”, analisa Caixeta Filho.

O tom de incentivo empreendedor, de geração de emprego e reavivamento de Cáceres e toda a fronteira também foi recomendado pelo historiador e especialista na hidrovia, professor Alfredo Mota Menezes. “O maior trabalho do Comitê de Integração do governo é conquistar a população, ganhá-la para explicar a potencialidade que Cáceres tem de integração com a Bolívia. A barreira contra a integração tem que ser quebrada, com organizações do tipo Lions e CDL”, relata Alfredo.

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