Os distritos industriais de Cuiabá e Cáceres serão municipalizados pelo governo do Estado. O pedido foi feito pelas prefeituras que querem administrar à ocupação das áreas e agregá-las às políticas locais de incentivos a novas empresas. Assim, poderão trabalhar de forma estratégica o crescimento das cidades, com a instalação de empresas nos setores compatíveis com o plano de desenvolvimento municipal.
Conforme o secretário de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, Carlos Avalone, o Estado criou os distritos industriais na década de 80 em quatro cidades. O objetivo na época era atrair novas empresas, mas com o tempo, as gestões perceberam que o adequado era transferir as áreas aos municípios e reservar ao Estado as estratégias e políticas mais amplas.
Barra do Garças e Rondonópolis foram os primeiros distritos a serem municipalizados em 2000 e agora, o mesmo processo será feito com Cáceres, cuja os encaminhamentos estão mais adiantados e a área deve ser entregue ainda este mês, e Cuiabá, com transferência prevista ainda para este ano. “O prefeito pediu a área para trabalhar melhor a atração de novas empresas para Cuiabá. Hoje, a destinação dos terrenos cabe ao Estado, que precisa atuar em uma série de tramitações legais, que agora serão responsabilidade da prefeitura”.
O secretário de Agricultura, Trabalho e Desenvolvimento Econômico de Cuiabá, Vinicius Huguiney, afirma que algumas empresas procuraram o município e as negociações já estão adiantadas. Elas querem ser beneficiadas com o Pró-Cuiabá, um programa municipal de incentivos que será avaliado pela Câmara de Vereadores antes de ser sancionado.
No programa constam as áreas do Distrito Industrial que são vendidas por um preço abaixo do praticado no mercado desde que atenda às exigências e normativas legais. Entre as interessadas está uma empresa chinesa que pretende instalar uma montadora de drones, empresas que atuam com energia solar renovável e uma usina de etanol feito com batata e resíduos das feiras de Cuiabá. “Apenas a Central de Abastecimento descarta 500 kg de alimentos que podem ser aproveitados na produção de energia. Existe ainda a possibilidade de fomento a agricultura familiar para garantir frequência no funcionamento da usina”.
Empresários da Capital participaram de uma audiência pública na terça-feira, sobre o assunto. O encontro é uma das etapas do processo de transferência da área que atualmente abriga 254 empreendimentos. A presidente da Associação das Empresas do Distrito Industrial de Cuiabá, Margareth Buzzet, diz que não vê muita diferença prática na mudança, pois já existe uma diferença clara nas atribuições de cada uma das gestões. “Os impostos, como IPTU, são pagos para prefeitura, que também responde pela parte de infraestrutura, como asfalto e iluminação. Mas, na hora de cobrar, a associação se reporta aos dois”, declarou por meio do Gabinete de Comunicação do governo.