O senador Mário Couto (PSDB-PA) anunciou, nesta quarta-feira (27), que já conseguiu 29 assinaturas de apoio a um novo requerimento de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar irregularidades no Departamento Nacional de Transportes (Dnit). O primeiro requerimento foi arquivado pela Mesa Diretora do Senado no final de março porque quatro dos 30 senadores que o apoiavam retiraram suas assinaturas à última hora, restando um número abaixo do mínimo necessário, 27.
“Eu sei que o diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, tem aqui uma amizade muito forte. Se esta CPI for arquivada de novo, eu quero dizer que não acredito mais neste país”, afirmou Couto, fazendo, em seguidas, duros ataques a Pagot.
O senador previu que sem a investigação proposta por ele, as obras no setor de transportes continuarão paradas e as estradas do Pará e do Brasil permanecerão esburacadas. Conforme Mário Couto, a pavimentação da BR-163 da divisa de Mato Grosso até Santarém já foi objeto de três licitações, todas anuladas pela Justiça.
O parlamentar fez questão de ler os nomes dos subscritores do requerimento por acreditar que vão manter seus apoios. Mário Couto disse ter pedido que só apusessem suas assinaturas os parlamentares realmente convictos da necessidade de investigar o DNIT.
– Espero não ter que subir a esta tribuna e dizer a todos vocês os nomes daqueles que retiraram suas assinaturas. O Parlamento brasileiro precisa mostrar a sua seriedade. A nação brasileira se decepciona quando vê um senador da República assinar um documento para fiscalizar um órgão e, na calada da noite, retirar – enfatizou Mário Couto.
São estes os parlamentares que assinaram o requerimento, de acordo com o senador paraense: Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC), Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), Efraim Morais (DEM-PB), José Agripino (DEM-RN), Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Heráclito Fortes (DEM-PI), Papaléo Paes (PSDB-AP), Alvaro Dias (PDT-PR), Marisa Serrano (PSDB-MS), Paulo Paim (PT-RS), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Eduardo Azeredo (PSDB-MG), Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), Marco Maciel (DEM-PE), Marconi Perillo (PSDB-GO), Kátia Abreu (DEM-TO), Gilberto Goellner (DEM-MT), Rosalba Ciarlini (DEM-RN), Sérgio Guerra (PSDB-PE), Cícero Lucena (PSDB-PB), Sérgio Zambiasi (PTB-RS), Demóstenes Torres (DEM-GO), Mão Santa (PMDB-PI), Arthur Virgílio (PSDB-AM), Pedro Simon (PMDB-RS), José Nery (PSOL-PA), Adelmir Santana (DEM-DF), Raimundo Colombo (DEM-SC), Maria do Carmo Alves (DEM-SE).
O senador mato-grossense Jayme Campos, de quem Pagot é 1º suplente, não assinou pedido de CPI do DNIT.