O DEM e o PTB estadual, sob os principais líderes, ex-senador Jayme Campos e Chico Galindo, respectivamente, avaliam desde já os planos para construção de projetos próprios com vistas às eleições municipais de 2016. Essa união poderá se tornar ainda mais forte se for validada a fusão entre as duas agremiações, em processo de discussão no contexto nacional. Na última quarta-feira, após o Democratas aprovar a fusão, o PTB deliberou através da Executiva nacional por adiar a decisão até setembro deste ano, provocando desalentos em correligionários democratas. Jayme Campos confia na chance da unificação de siglas para formar um conjunto de lideranças “de peso” para o embate do próximo ano.
“Acho que algumas questões precisam ser bem avaliadas no cenário nacional, como por exemplo, a posição do novo partido que nasce com a ideia de independência. Mas existem aqueles que defendem, como no caso de integrantes do PTB, que o novo partido fique na base do governo porque eles fazem parte. Isso desagrada líderes do DEM, e temos que tomar uma posição certeira, sem erros. Ainda não tenho essa opinião formada”, disse Campos.
O ex-deputado federal Júlio Campos faz parte da ala que defende total independência. Já avisou à cúpula nacional que não compactua com a tese de formar um novo partido para aderir a resenha do PT, como comentou o ex-senador.
No Estado, Galindo e Jayme Campos deram início às tratativas, devendo nos próximos dias realizar encontro para afunilar o discurso. “Vejo com bons olhos essa união dos partidos e aqui (Mato Grosso) não temos nenhuma dificuldade, até porque já fomos aliados nas outras eleições. Ex-senador Osvaldo Sobrinho, outro líder do PTB, figurou como primeiro-suplente de Campos no Senado, chegando a ocupar sua vaga na ausência do democrata. Os planos para o próximo pleito incluem municípios polo, como Várzea Grande, reduto eleitoral de Jayme Campos.
Ele evita comentar esse assunto, preferindo acentuar que essa possibilidade será avaliada no tempo certo pelo partido “que tem muitos nomes para disputar a prefeitura da cidade”. É fato que o nome do ex-senador é o mais cotado para esse pleito, com projeto em estudo no DEM para conquistar o retorno do democrata ao comando de Várzea Grande.
“Não temos nada de concreto no sentido de disputar com meu nome a prefeitura do município. Tem algumas pessoas que defendem isso no partido, mas acho que é muito cedo para entrar nessa questão. Tudo a seu tempo. O DEM tem hoje muitos nomes de pessoas jovens que podem assumir a liderança dessa disputa. Já dei minha contribuição para o município, e também fiz minha parte como senador da República”, disse. Por outro lado, ele não descarta essa via. “Se chegar o momento em que meu nome for posto como uma opção, teremos que avaliar junto com as bases, com o partido”, considerou.
O ex-senador acrescentou ainda que o DEM estadual deve, a partir desse mês, avançar sobre o processo de filiações partidárias. Ele e outros líderes, como o deputado Dilmar Dal Bosco, vem perfazendo ações no interior do Estado para cooptar “fortes representantes” do agronegócio, além da classe empresarial. O ex-parlamentar acentuou sua defesa pela maior participação da mulher na política.