Em busca de uma solução para o impasse criado nesta quinta-feira sobre a relatoria e a presidência da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) mista dos Correios, o presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PE), lançou hoje o nome da ex-juíza Denise Frossard (PPS-RJ) para presidir a comissão.
Segundo o deputado, ele não tem dúvida de que a sociedade apoiaria a escolha, por tratar-se de uma pessoa com uma biografia impecável. “É uma mulher com experiência em oitivas, ponderada, mas que já colocou até bicheiros graúdos na cadeia.”
A CPI dos Correios, criada para investigar o suposto esquema de corrupção na empresa, foi efetivamente instalada, mas ainda não começou a funcionar. Base aliada e oposição brigam pelo comando da CPI.
A oposição lançou o nome do senador César Borges (PFL-BA) para qualquer um dos cargos, tanto relatoria como presidência da CPI. Os governistas não aceitaram o nome de Borges, por ser ele ligado ao grupo do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
A base aliada apresentou o nome do senador Edson Lobão (PFL-MA), também da oposição, mas ligado ao grupo político do senador José Sarney (PMDB-AP), um dos principais interlocutores do Planalto no Congresso.
Na realidade, o governo quer controlar todos os postos-chaves da CPI e isso preocupa a oposição. O comando governista quebrará uma tradição do Congresso de garantir aos dois lados a participação no controle dos trabalhos de investigação. “A CPI não vai terminar em pizza desse jeito, ela começa em pizza”, afirmou o senador José Jorge (PFL-PE).
Para garantir sua participação em um dos principais cargos da comissão, o PFL está disposto a abrir mão da relatoria, mas não quer mudar o nome do indicado. Os pefelistas entendem que passarão à opinião pública a idéia de que houve um acórdão para abafar as investigações se cederem e fecharem um acerto com o governo para definir o nome do indicado pelo partido.