A ex-deputada mato-grossense Teté Bezerra (MDB), que foi exonerada, esta semana, da presidência da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) rebateu, hoje, as declarações dadas por Jair Bolsonaro (PSL). O presidente da República havia comentado, nesta quinta-feira, por meio de uma live no Facebook, que a saída da ex-parlamentar de Mato Grosso foi motivada pela organização de um jantar ao custo de R$ 290 mil.
“Chegou ao meu conhecimento, de que a presidente da Embratur estaria patrocinando um jantar. Acho que Alceu Valença iria cantar. Preço? R$ 290 mil. Entramos em contato com o ministro do Turismo (Marcelo Antônio) e falei para simplesmente cancelar. Tendo em vista também o tamanho do descalabro, que cancelasse também a função da responsável da Embratur, que foi exonerada”, disse Bolsonaro.
Nesta sexta-feira, a ex-deputada emitiu uma nota à imprensa, na qual afirmou que as declarações de Bolsonaro demonstram o “total desconhecimento sobre os problemas que afligem o Brasil e o que pode ser feito para que o país se recupere”. Isso porque, segundo ela, o “jantar”, na verdade, seria a participação da Embratur na World Travel MarketLatin América, feira internacional do turismo, que começa na próxima terça-feira (2), em São Paulo (SP).
“O referido ‘jantar’ é, na realidade, uma ação de relacionamento entre compradores e vendedores internacionais de turismo, uma ação bastante comum em eventos desta importância em todo o mundo, com o propósito de aproximar operadores brasileiros e operadores internacionais”, disse Teté. Segundo ela, a feita teria participação de mais de 50 países, atrairia mais de 10 mil visitantes e giraria cerca de 370 milhões de dólares em negócios.
“O turismo representa hoje 10,4% do PIB Mundial. É um dos setores econômicos que mais crescem no mundo e está no centro da estratégia de desenvolvimento sócio econômico de diversos países, como Portugal, Espanha, Nova Zelândia, África do Sul, Grécia. Países que têm superado crises e gerado empregos para a sua população nas mais de 50 atividades econômicas que compreendem o setor”, destacou Bezerra.
Conforme Só Notícias já informou, em comunicado feito pela assessoria de imprensa da Embratur foi alegado que a ex-deputada federal mato-grossense pediu demissão da presidência. Segundo a assessoria, o pedido foi feito por meio de carta endereçada ao ministro do Turismo, Marcelo Antônio.
A saída já estava prevista, conforme manifestações públicas do próprio ministro. Bezerra estava no cargo desde maio de 2018, no governo de Michel Temer. Seu marido, o presidente do MDB em Mato Grosso e deputado federal licenciado Carlos Bezerra, foi o principal articulador para Teté assumir a presidência da Embratur. Ainda não foi informado quem será o substituto no cargo.
