Em dois relatórios que subsidiam as investigações da operação Seven, deflagrada em fevereiro pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) é acusado de desvios de aproximadamente R$ 39,7 milhões na aquisição irregular de imóveis do Estado. O Gabinete de Transparência e Combate a Corrupção, sob Adriana Vandoni, foi o responsável pelo repasse das denúncias ao Ministério Público Estadual (MPE).
As investigações também recaem sobre o ex-secretário chefe da Casa Civil, Pedro Nadaf. Isso porque ele assinou, junto com Silval Barbosa, decreto desapropriando área de terra, no bairro Jardim Liberdade. Justificou a necessidade de regulamentar inúmeras habitações na região. Ocorre que a área, de 97,5844 hectares, consta em uma ação em que o Estado lutava na Justiça para reavê-la.
O Estado não teria interposto recurso durante andamento da ação no juízo de primeiro grau, levando a “perda” do imóvel. Posteriormente, o governo de Silval teria efetuado o pagamento de R$ 31,7 milhões pela aquisição da mesma área, através de sete remessas destinadas a um dos proprietários, que constam no Sistema Integrado de Planejamento, Contabilidade e Finanças do Estado.
No outro caso, Silval Barbosa é acusado de ter pago R$ 13 milhões em ação de desapropriação, em área oferecida pelo dono por R$ 5 milhões. A empresa Provalle Incorporadora (massa falida), é que teria ofertado a venda ao Estado pelo menor valor. A suposta irregularidade, como consta no relatório, teria contado com aval da Procuradoria Geral do Estado, para a efetivação do pagamento.