A anunciada filiação do senador Blairo Maggi (PR) no PMDB poderá não mais ocorrer. Ele também analisaria, segundo fonte, deixar o PR, ficando sem partido. Isso porque no Estado, o PMDB enfrenta veto nas eleições municipais de partidos da base governista, como o PSDB do deputado federal Nilson Leitão. Esse cenário fica evidente em Cuiabá. O prefeito Mauro Mendes (PSB), pré-candidato à reeleição, seria obrigado a escolher entre o PMDB de Maggi e o grupo aliado do governador Pedro Taques (PSDB).
O anúncio de Leitão sobre barreiras para alianças com peemedebistas provocou temor em líderes políticos no interior que pertencem a siglas da base e articulam composição com o PMDB. Nos últimos dias aumentou a “pressão” para que Maggi desista de aderir à legenda de Carlos Bezerra e do ex-governador Silval Barbosa. Maggi prefere não se reportar ao assunto. Disse que “não iria comentar essa questão”. Mas também não negou a possibilidade de mudar de planos.
Nessa semana, alguns prefeitos preocupados com as amarrações políticas do pleito chegaram a consultar o presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), Neurilan Fraga (PSD). Queriam saber se de fato procedia a informação de que o PMDB não poderia ser incluído no rol das alianças. Fraga repassou as orientações do presidente da legenda em Mato Grosso e governador em exercício, Carlos Fávaro. “Falei que o partido, como tem dito nosso presidente, está trabalhando para compor um grupo de aliados que ajudaram a eleger o governador Pedro Taques e contando com outras legendas que fazem parte desse projeto como o próprio PSD. Mas eles estão intranquilos sobre essa situação de não poder se aliar ao PMDB, porque cada município tem sua realidade num pleito”.
Esse seria o caso de Nova Maringá. No município, o prefeito João Braga (PSDB), segundo fonte, estaria preocupado porque seu vice, Edilson Cesar dos Santos, pertence ao PMDB. Ocorre que Braga tem em seu vice um dos principais apoiadores do projeto eleitoral. O veto a uma aliança entre as duas siglas poderia gerar uma quebra de acordo, e consequente prejuízo nas urnas. No cenário nacional e estadual, PMDB e PSDB caminham em sentidos opostos. O governador Pedro Taques nunca escondeu sua aversão ao partido de Bezerra.
O PMDB está com imagem arranhada pelas crescentes denúncias de corrupção contra a gestão de Silval Barbosa. Taques se nega a subir no mesmo palanque que o PMDB, considerando respaldo a Mendes. Maggi, que já estaria articulando apoio ao prefeito de Cuiabá, se optar ficar sem partido, ficará livre para se posicionar na capital e no interior. No PR, ele também enfrentaria resistências para compor.