O secretário chefe da Casa Civil, Éder Moraes, concluiu, esta noite, sua apresentação da tribuna da Assembleia Legislativa, afirmando que irá para a Agecopa não para fazer debates, mas com a missão de executar o necessário para que Cuiabá e a Baixada Cuiabana recebam a Copa do Mundo de 2014. “Coloquei-me à disposição para assumir este cargo, não para discutir tese, mas para colocar o bloco na rua. E é isso que vou fazer. Não podemos nem pensar, nem imaginar o insucesso e a falta de coragem. Vou para lá com determinação e vontade de fazer”, disse. Ele foi aprovado por unanimidade após responder diversos questionamentos de deputados. A Assembleia havia feito muitas críticas ao atual presidente, Yenes Magalhaes, que deve voltar a ocupar a diretoria de Planejamento. Cauteloso por, no passado, já ter trombado politicamente com o presidente José Riva, que havia pedido sua saída da secretaria da Casa Civil, Eder fez discurso conciliatório e pediu apoio dos deputados e dos atuais diretores da agência da copa. “Quero que fique muito claro que os deputados terão voz e vez na Agecopa. Eu não entendo a interferência de deputados como interferência política, mas, como ação de gestão. E deixou o compromisso de que todos serão convidados a participar de qualquer inauguração”, disse.
Após os 20 minutos de sua apresentação, os deputados tiveram, um minuto cada, para questionar Éder sobre suas dúvidas. O novo presidente informou que existe a previsão de investir R$ 3 bilhões para estimular o desenvolvimento do “conglomerado urbano de Mato Grosso”, ou seja, a Baixada Cuiabana. Ele informou que garantidos, já existe R$ 1 bilhão. Esse valor é para a construção da arena, ações do entorno, fun parks, projetos de mobilidade urbana e obras de desbloqueio para melhor tráfego, quando obras começarem.
Éder afirmou que assumir a Agecopa é um desafio e relembrou seu trajeto como funcionário público, desde que foi convidado a integrar a equipe do governo Blairo Maggi, em 2003. “Prontifiquei-me a este trabalho, a este desafio, pois hoje estou secretário chefe da Casa Civil, mas, comecei meu trabalho no serviço público como assessor especial de Maggi. Depois fui para a agência MT Fomento e antes disso atuei por 16 anos na iniciativa privada. Lá, comecei como escriturário. Entendo que nossa ida para Agecopa é um desafio muito grande. Mas aviso que uma andorinha só não faz verão. Terei que contar com apoio dos meus pares. Porém, serei muito seguro e não vou vacilar para tomar as decisões necessárias”, disse.
Sobre o sistema de transporte a ser implantado em Cuiabá, outro ponto que causou divergência entre alguns deputados e a direção da Agecopa, Éder afirmou que decidirá logo sobre a alternativa mais adequada para melhorar a mobilidade urbana da Baixada Cuiabana e que se for necessário, mudará trajetos e valores de projetos. “Vamos decidir com base em dados técnicos sobre a melhor alternativa para a cidade e não terá demora. Se a 13 de Junho tiver que receber obras, receberá. Se tivermos que mudar rotas de desapropriação, faremos. Não vamos tirar ninguém de onde está, sem que ele tenha um horizonte, um futuro”. O ônibus rápido (BRT) ou Veículo Leve Sobre Trilhos estão sendo analisados.
Riva sugeriu que Éder faça uma audiência pública para ouvir a população e as administrações municipais de Cuiabá e Várzea Grande, para escolha do sistema de transporte. “Defendemos um modelo moderno e precisamos nos debruçar sobre esse assunto, discutindo com a sociedade. Como podemos escolher o BRT para desativar um ano depois e gastar novamente para fazer um novo modelo? Acredito que o melhor modelo é sobre trilhos”. Riva lembrou que a lei que mudou a gestão da Agecopa para presidencialista, trouxe a obrigação dos diretores da autarquia em apresentarem prestações de contas na Casa, a cada quatro meses.
(Atualizada às 22:29h)