Os deputados estaduais Gilmar Fabris e Chica Nunes (ambos do DEM) tentam demonstrar tranquilidade apesar da possibilidade de serem impedidos de se candidatar por causa da Lei da Ficha Limpa, que proíbe candidatura de pessoas condenadas em órgãos colegiados. Cassados por compra de votos na eleição de 2006, eles já tiveram os nomes aprovados na convenção dos democratas. A mesma expectativa vive o deputado federal Pedro Henry (PP).
Fabris vai mais longe e diz não estar preocupado porque a validade da Lei da Ficha Limpa, segundo ele, não deverá ser confirmada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) já para a eleição de outubro. “Não sabemos como essa medida será aplicada, já que ela diz uma coisa e a Lei Eleitoral diz outra. O Colegiado que me condenou disse que seria de três anos a inelegibilidade, ou seja, isso significa que esse prazo já foi cumprido”.
O deputado disse ainda que, se a Lei for cumprida à risca, apenas 30% dos políticos de Mato Grosso poderão se candidatar. “Não conheço ninguém com a ficha mais limpa do que eu, o que está acontecendo é que tem uma porção de gente querendo se aparecer em cima dessa Lei”.
Chica também adotou a mesma postura de ceticismo. Ela teve a candidatura à reeleição homologada pelo DEM no sábado (26) e foi cassada na eleição de 2006 juntamente com Fabris e Pedro Henry. “Eu vou para mais uma eleição e vou ganhar. Vocês vão ver isso. A lei está ao meu lado”.
O procurador regional eleitoral, Thiago Lemos de Andrade, avalia que os parlamentares estão sim inelegíveis porque a Ficha Limpa prevê que não podem ser candidatos todos aqueles condenados em órgãos colegiados do fim do mandato da eleição nas quais foram condenados e pelos 8 anos seguintes. Os três deputados foram cassados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por compra de votos.