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Deputado Barbudo diz que apoio a Maia é para garantir governabilidade

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Só Notícias/Marco Stamm (foto: arquivo/assessoria)

O fechamento de questão do PSL em torno da reeleição do deputado Rodrigo Maia (DEM) para a presidência da Câmara Federal não era a primeira opção do deputado eleito Nelson Barbudo (PSL), que preferia uma candidatura própria do seu partido, a segunda maior bancada no legislativo. Mais do que isso, a decisão deixa Barbudo numa situação desconfortável por causa do seu discurso de moralidade e contra a “velha política”.

Ele sabe da dificuldade que terá para explicar a deliberação aos seus eleitores e se justifica dizendo que o apoio é uma decisão colegiada parte de uma estratégia para garantir a governabilidade do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e para enterrar a esquerda, representada pelo PT.“Participei [da reunião em Brasília, realizada ontem] e parece que liderança do partido está fechada com o Rodrigo Maia. Eu fico numa situação porque eu tenho que fazer parte de um colegiado. Minha opinião é a seguinte: o que foi decidido é porque estávamos entre a cruz e a espada. Ou o PSL faz negócio com o Rodrigo Maia ou o PT faria. Até onde eu sei, o Rodrigo Maia é um cara de altíssima experiência, tem um número de partido que o apoia e ele não precisa do PSL para presidir a Câmara. O que fizemos foi tipo um xeque mate [na esquerda]”, justifica-se em entrevista ao Só Notícias.

Barbudo explica que o acordo com Maia não se resume ao apoio do PSL à sua reeleição. O deputado mato-grossense entende que sua sigla sai fortalecida com a promessa de presidir as comissões de Justiça e Redação e a de Finanças, duas das mais importantes da Câmara, mas, principalmente, com o apoio que Maia consignou às reformas pretendidas por Bolsonaro.
“Se não fechássemos questão com ele [Maia] ficaríamos de fora de tudo e praticamente não daríamos sustentabilidade ao governo Bolsonaro. O PSL fez isso para não deixar o Bolsonaro morrer sozinho. As pessoas acham que a gente poderia chegar em Brasília mandando. A gente pode mandar no governo, mas no Congresso Nacional o negócio é diferente”, analisa.

“Ficou comprometido que ele [Maia] vai apoiar todas as reformas que nos propusermos. É um pacote de decisões e ele fechou com os nossos anseios do presidente Bolsonaro. Fez compromisso com estatuto do desarmamento e maioridade penal. Nos não fomos para o Rodrigo Maia, fomos para nos nossos anseios de projetos futuros”, completa.
Barbudo, que criou sua imagem política criticando a esquerda e os governos petistas, reconhece o poder de articulação de políticos experientes, citando nominalmente o senador Renan Calheiros (MDB) que pretende presidir o Senado, e Rodrigo Maia, e diz que a coalisão é uma estratégia política.

“A maior preocupação nossa era não fortalecer a oposição, o PT. Com o nosso fechamento com o Rodrigo Maia, o PT ficou de fora de tudo praticamente. Isso chama-se estratégia para poder defender o presidente Bolsonaro. O difícil é fazer os nossos eleitores entenderem que sem este apoio o Bolsonaro estaria praticamente morto. Não posso falar que não quero o Rodrigo Maia porque isso pode prejudicar o governo Bolsonaro e o Estado de Mato Grosso”, conclui.

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