A avassaladora força demonstrada pelo Partido Social Democrático (PSD) que está em processo de fundação nacional, capitaneado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e em Mato Grosso pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Riva (PP), está se tornando a grande dor de cabeça de todos os demais partidos, governistas ou de oposição.
O principal, no entanto, é o Partido Progressista, presidido pelo deputado federal, Pedro Henry, hoje secretário de Saúde do Estado e vice-presidente nacional da sigla, mas que não está conseguindo estancar a severa e quase terminal perda de quadros importantes por todos os possíveis migrantes terem mandatos eletivos ou serem suplentes.
Mesmo Riva e o vice-governador Chico Daltro, negando qualquer disputa interna no PP, ou até mesmo rusga política, o fato é que ambos, acompanhados do deputado federal, Eliene Lima, dos suplentes de federal em exercício, Roberto Dornner e Neri Geller, além dos deputados estaduais, Airton Português, Walter Rabello e o suplente no exercício do mandato, Luizinho Magalhães, acompanham o presidente da Assembleia e o vice-governador e deixam Henry com o abacaxi na mão, mesmo sabendo ele, que tem vida própria na política, diante dos cinco mandatos de deputado federal conquistados no voto.
O problema maior está no fato de que a chegada do PSD cria uma nova força política nacional e em Mato Grosso, ao ponto de Riva ter que selecionar os nomes de prefeitos, vices e vereadores, além de pretensos pré-candidatos nas eleições municipais de 2012 que formará a base para a sucessão estadual em 2014, onde pode estar um dos principais motivos que norteiam o deputado a trocar de partido e arregimentar forças políticas.
Já desgastado em Brasília, onde já chegou a ser considerado como um dos parlamentares mais influentes do país, Pedro Henry, tenta segurar a base do PP em Mato Grosso e deverá ter a companhia de dois deputados estaduais, Ezequiel Fonseca, atual secretário-geral do partido e Antônio Azambuja que também tem ligações com o grupo de Riva, mas por questões de regionalidade, já que pertence à região da Grande Cáceres, deverá se manter mais próximo do PP e de Henry. Azambuja hoje ocupa a Secretaria de Esporte e Lazer.
Com a chegada do PSD, inclusive na vice-governadoria, fica difícil se falar que o partido não terá espaço na administração Silval Barbosa (PMDB), o que vai obrigá-lo a promover alterações no 1º e 2º escalões da administração estadual e a retirar espaços de quem justamente perdeu força política.
Outro fator diz respeito aos partidos aliados do governo Silval Barbosa que também correm o risco de perder filiados para a nova sigla, ou seja, os sociais democráticos deverão abrigar em suas fileiras, por causa da falta de uma legislação mais clara em relação à fidelidade partidária, parlamentares de outros partidos como o PMDB, PT, PR, DEM, PSDB, PSB e outros que estão descontentes com o tratamento recebido e com a falta de espaços políticos para crescerem eleitoralmente.
Os líderes das principais agremiações já demonstram preocupação com a pressão recebida de possíveis aliados que tendem a migrar para a nova sigla, o que enfraquecerá os mesmos em relação às disputas eleitorais, que são a principal base para aqueles que desejam concorrer com chances de elegerem representantes nas eleições gerais de 2014 quando estará em disputa o governo do Estado.