O líder do PT na Câmara, deputado Henrique Fontana (RS), afirmou nesta terça-feira que o ministro Antonio Palocci (Fazenda) vai continuar no governo até o final do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no final de dezembro. Segundo ele, a manutenção de Palocci no primeiro escalão foi decidida hoje pela equipe de coordenação política do governo, que se reuniu no Palácio do Planalto.
“Pedir a queda de um ministro da Fazenda por conta das declarações do caseiro Francenildo Costa é um destempero, uma desproporção completa”, afirmou Fontana.
Ele negou que Palocci vá sair candidato nas eleições de outubro. “Palocci não é candidato a deputado. Irá permanecer como ministro até o dia 31 de dezembro.”
Para Fontana, a crise está sendo alimentada pelo componente eleitoral e o governo deve ficar à margem. “Não nos enganemos. Essa crise está marcada pela posição que o presidente Lula aparece nas pesquisas eleitorais.”
De acordo com o líder do PT, a diferença entre Lula e o segundo colocado nas pesquisas, o governador tucano de São Paulo, Geraldo Alckmin, faz a “oposição se desesperar”.
Ele criticou, entretanto, a quebra do sigilo bancário do caseiro, que tem uma conta na Caixa Econômica Federal que recebeu depósitos que somam R$ 25 mil de janeiro para cá. Fontana disse que o governo já acionou as instituições competentes para apurar os fatos. “Defendo que a investigação seja feita com serenidade. Sem exploração político eleitoral.”
Participaram da reunião de hoje o próprio Palocci, Fontana, além dos ministros Dilma Roussef (Casa Civil), Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência), Márcio Thomaz Bastos (Justiça), Ciro Gomes (Integração Nacional) e o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Jaques Wagner (Relações Institucionais) não não estavam presentes na reunião. Os dois cumprem agenda de inaugurações na Bahia.