Por 15 votos a 7, os vereadores de Cuiabá aprovaram um requerimento de autoria do relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Paletó, Adevair Cabral (PSDB), que anula todos atos do presidente da CPI, Marcelo Bussiki (PSB). Entre as ações, está a convocação para depor do prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB), alvo da investigação de uma suposta quebra de decoro por ter sido filmado recebendo dinheiro que seria de propina.
A previsão é que todas as convocações já realizadas sejam colocadas novamente e votação na reunião da CPI que será realizada hoje. “O presidente da CPI resolveu, monocraticamente, deliberar acerca do deferimento ou não das oitivas solicitadas. O ato é contra o Regime Interno, porque a decisão tem que ser colegiada”, argumentou Adevair.
Com a aprovação do requerimento feito pelo tucano, os ânimos ficaram acalorados no plenário. Vereadores da oposição afirmam que o relator e o segundo membro da comissão, Mário Nadaf (PV), estariam tentando atrapalhar a investigação.
Além de Pinheiro, haviam sido convocados o empresário Marco Polo Pinheiro, que é irmão do prefeito; o ex-governador Silval Barbosa; seu ex-chefe de gabinete, Sílvio César Correa de Araújo; além de Valdecir Cardoso de Almeida e o delegado que comandou a ação da Operação Malebolge, Wilson Rodrigues, bem como os agentes da Polícia Federal Marcelo Pimenta e Ada de Oliveira, que fizeram busca e apreensão na casa do prefeito.
O ex-secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Alan Zanatta, também estava na lista. Ele seria questionado sobre as denúncias de que Emanuel Pinheiro teria tentado obstruir a justiça. O perito judicial Alexandre Pérez também havia sido convocado.