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Blairo diz que não cogita deixar ministério após STF autorizar investigação da delação de Silval

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O ministro da Agricultura e ex-governador de Mato Grosso Blairo Maggi (PP) disse, neste sábado, que não cogita deixar o cargo após o Supremo Tribunal Federal atender pedido da Procuradoria Geral da República para investigar a delação premiada do ex-governador Silval Barbosa de supostos crimes que ocorreram no governo estadual entre 2006 e 2014, período que ambos governaram. "Com toda a tranquilidade: eu nao vivo do cargo, não preciso do cargo, estou trabalhando com muita determinação. No momento em que eu sentir ou o próprio presidente (Michel Temer) achar que não deva permanecer ou que isso vem atrapalhar qualquer coisa no Ministério da Agricultura com relação a agricultura e pecuária, eu serei o primeiro a ir embora", declarou. "Não há problema nenhum sobre esse assunto", concluiu.

Conforme Só Notícias já informou, o procurador geral da República, Rodrigo Janot, pediu e o Supremo Tribunal Federal autorizou abertura de inquérito para investigar denúncias feitas por Silval. O pedido é para apurar o envolvimento de todos os citados na delação, entre eles Blairo Maggi e Janot aponta que ele "exercia incontestavelmente a função de liderança mais proeminente na organização criminosa". "Entre os agentes politicos, destaca-se a figura de Blairo Maggi, o qual exercia incontestavelmente a função de liderança mais proeminente na organização criminosa, embora se possa afirmar que outros personagens tinham também sua parcela de comando no grupo, entre eles o próprio Silval Barbosa e José Geraldo Riva", diz o procurador. Janot quer investigação citando  também suspeitas de corrupção, operação clandestina de instituição financeira, gestão fraudulenta de instituição financeira e lavagem de dinheiro.

Os crimes foram detalhados por Silval três parentes dele e um auxiliar que fizeram acordo de  Ministério Público Federal no âmbito da Operação Ararath, que investigou lavagem de dinheiro e crimes financeiros por meio de empréstimos fraudulentos cujas contas seriam pagas pelo governo estadual.

Silval acusa também na sua delação os senadores Wellington Fagundes e Cidinho Silva (PR), o deputado federal Ezequiel Fonseca e alguns deputados estaduais.

Silval Barbosa deu 94 depoimentos na delação. Juntos, os outros quatro delatores mais 49 depoimentos, totalizando quase 150.  Silval concordou em delatar os crimes em troca da redução de uma eventual pena, concordou em permanecer 20 anos em reclusão, sendo 3 anos e 6 meses em regime domiciliar diferenciado, com uso de tornozeleira; 2 anos e seis meses no regime semiaberto, com tornozeleira e recolhimento em casa das 22h às 6h; restante da pena no regime aberto diferenciado, sem tornozeleira, devendo comparecer mensalmente ao juízo. Além disso, durante todo o cumprimento da pena, ele deverá se abster de ocupar cargo público.

Silval também concordou em pagar uma indenização de mais de R$ 70 milhões e, conforme Só Notícias já informou,  ele deu como garantias uma fazenda em Peixoto de Azevedo – R$ 33 milhões, outra fazenda em Peixoto de Azevedo avaliada em R$ 10,4 milhões, imóvel em Cuiabá avaliado em R$ 1,2 milhão e um avião avaliado em R$ 900 mil e um lote urbano em Sinop R$ 860 mil.

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