A Suprema Corte do Uruguai autorizou a extradição de João Arcanjo Ribeiro, o “Comendador”, para o Brasil, disse nesta quarta-feira à Agência France Presse o porta-voz do órgão, Raúl Oxandabarat. A sentença, no entanto, condiciona a Justiça brasileira a submeter João Arcanjo a um novo julgamento em seu país. Em outro julgamento paralelo, foi negada a liberdade ao réu, como havia pedido sua defesa.
O brasileiro está preso em Montevidéu desde abril de 2003 por documentação falsa. O empresário João Arcanjo é acusado no Brasil de ser chefe do crime organizado e do narcotráfico no estado de Mato Grosso e foi condenado à revelia pelo Tribunal de Justiça Federal de Cuiabá a 37 anos de prisão em regime fechado, além de sua esposa ter sido condenada a outros 25 anos.
A sanção ao suposto líder mafioso, um ex-policial considerado o homem mais rico do Mato Grosso, inclui a perda de seu patrimônio pessoal, avaliado em 500 milhões de dólares, que passará para as mãos do Estado.
A fortuna é composta de fazendas, empresas, ações, títulos de crédito, um avião Cessna, um hotel de luxo em Miami e cerca de 16 milhões de dólares depositados em bancos do Brasil, Uruguai, Estados Unidos, Suíça e Ilhas Caimã. Ele também é acusado de ordenar o assassinato do jornalista Sávio Brandão, proprietário do jornal Folha do Estado, em 30 de setembro de 2002.