Uma operação conjunta da Polícia Judiciária Civil e Inteligência do Sistema Prisional prendeu neste sábado (30), oito agentes prisionais que estariam envolvidos na fuga de onze reeducandas da Cadeia Pública de Rondonópolis, ocorrida no último dia 17. A Operação Vulcano foi deflagrada às 6 horas da manhã de hoje e contou com a participação de 40 policiais entre eles sete delegados, investigadores e escrivães. Neste momento os agentes prisionais estão sendo ouvidos no Centro Integrado de Segurança Pública (CISC), de Rondonópolis, pelos delegados Heródoto Souza Fontineli, Juliano Silva de Carvalho e Antônio Carlos de Araújo (Vila Operária).
O delegado Fontineli informou que após colhidos os depoimentos a Polícia Judiciária Civil irá solicitar a prisão preventiva dos agentes prisionais envolvidos na fuga das detentas.
Em Cuiabá, o diretor do Interior da Polícia Judiciária Civil, delegado Wilson Leite disse que “a operação Vulcano é o resultado de uma determinação da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), de que houvesse uma apuração rigorosa de responsabilidades diante do fato.
INVESTIGAÇÕES – No último dia 20 foi instaurado o Inquérito Policial para investigar a possível participação de servidores na fuga das reeducadas, e também para averiguação das suspeitas de corrupção passiva.
Durante as investigações, uma das detentas que fugiu junto com o grupo, Vanilda Gentil Carvalho, após ter sido recapturada (no dia 18/06), prestou depoimento à Polícia e declarou que estava sendo ameaçada de morte por alguns membros da administração Cadeia Pública. Em seu depoimento Vanilda narrou o planejamento e execução da fuga e quem seriam os “colaboradores” diretos e indiretos.
Segundo Vanilda esses “colaboradores” teriam pagado R$ 2 mil e mais uma parte em drogas, a uma agente prisional para que fosse dada cobertura a fuga. Vanilda disse também que todas as reeducandas que estavam no recinto carcerário (antigo salão) teriam ajudado na escavação, um total de 24 detentas, mas somente 11 empreenderam fuga.
Segundo o delegado Fontineli, durante as investigações foi constato que outros delitos e irregularidades vinham ocorrendo dentro da Cadeia Pública como a entrada e o consumo de drogas, o acesso a aparelhos celulares pelos reeducandas (com comunicação ilimitada, inclusive entre estabelecimentos prisionais), tudo com a conivência de servidores.
Como resultado das investigações foi solicitado ao Juiz da Vara Criminal de Rondonópolis a expedição de mandados de prisão temporária e busca a fim de facilitar as investigações e preservar as provas ainda existentes.
As investigações continuam e somente após a conclusão dos trabalhos, a Secretaria de Justiça e Segurança Pública irá se manifestar.
Foram presos temporariamente os agentes prisionais, Marinalva Aparecida de Souza, Meire Teodora de Melo, Enton Renato Reis, Armando Pereira da Silva, José Antônio Ribeiro, Telma Aparecida Morigi, Marcondes de Araújo Marques e Dineide Conceição de Souza.