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Preso em Mato Grosso tenente coronel investigado pelo GAECO por adulteração de registro e venda de armas

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O Ministério Público confirmou, há pouco, que foi preso, ontem à noite,  o tenente coronel PM Marcos Eduardo Ticianel Paccola, investigado na Operação Coverage desencadeada em Mato Grosso para acabar com “esquema criminoso voltado à adulteração de registros de armas de fogo”. O MP informa que as “investigações realizadas pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e Promotoria Militar comprovam que, no final da tarde do dia 21 de agosto, data em que a  foi deflagrada a operação” ele ” voltou a acessar o Sistema de Registro de Gerenciamento de Armas de Fogo da Superintendência de Apoio Logístico e Patrimônio da Polícia Militar”.

Consta no pedido de prisão efetuado pelo Ministério Público, “que o militar promoveu alterações no histórico da arma de fogo de número de série B27551 e número Sigma 896367, vinculada ao boletim reservado 287, em favor do grupo criminoso. “Imprescindível ressaltar que o acesso ao sistema SIRGAF da PM de Mato Grosso ocorreu após a deflagração da Operação Coverage realizada na manhã do dia 21, fato este que causa muito espanto e que demonstra de maneira irrefutável que a organização criminosa ora desvelada continua operando mesmo com a atuação deste juízo e Ministério Público Estadual”, argumentaram os promotores de Justiça.

Na decisão que determinou a prisão preventiva do tenente-coronel, o juiz João Bosco Soares da Silva ressalta que, “mesmo em liberdade, por força de ordem de habeas corpus concedida pelo Tribunal de Justiça, o denunciado “continua a realizar atos ilícitos de obstrução da justiça”, conforme informações encaminhadas pela Corregedoria-Geral da Polícia Militar. Na decisão, também foram estabelecidas medidas cautelares aos acusados 2º tenente Cleber de Souza Ferreira, tenente Thiago Sátiro Albino, tenente coronal Sada Ribeiro Parreira e ao próprio tenente coronel Marcos Eduardo Ticianel Paccola que estão proibidos de acessar ou frequentar os locais de Inteligência, Tecnologia da Informação e Patrimônio Logístico da PM. Também não poderão manter contato com policiais militares que atuam nesses setores e a suas senhas deverão ser bloqueadas”.

O MP informa ainda que os cinco oficiais “foram denunciados pelo Ministério Público do Estado, na quarta-feira (5), pelos crimes de organização criminosa, embaraço de investigação em três inquéritos, falsidade ideológica, fraude processual e inserção de dados falsos em sistema de informações. Além da condenação pelos crimes praticados, o Ministério Público requereu que, ao final da ação penal, seja decretada a perda definitiva do cargo público dos cinco réus. Consta na denúncia, que os oficiais militares utilizaram-se de seus cargos e funções de relevância para fomentar esquema criminoso voltado à adulteração de registros de armas de fogo, mediante falsificação documental e inserção de dados falsos em sistema informatizado da Superintendência de Apoio Logístico e Patrimônio da Polícia Militar. Uma das armas de fogo que teve o registro adulterado, adquirida por um dos denunciados, segundo o Ministério Público, teve como objetivo ocultar a autoria de sete crimes de homicídios, sendo quatro tentados e três consumados, ocorridos entre os anos de 2015 e 2016, praticados pelo grupo criminoso conhecido como “Mercenários”.

Os promotores de Justiça também apresentam a correlação das ações ilícitas dos denunciados com as investigações da operação “Assepsia”, a partir da análise dos dados extraídos do aparelho celular do 2º tenente Cleber de Souza Ferreira, apreendido durante o cumprimento de buscas e apreensões realizadas no âmbito da referida operação.

Segundo o MP, em uma das conversas por whatsApp do 2º tentente com a sua namorada, ele manifesta preocupação em resolver duas ocorrências relacionadas à apreensão de uma arma e de 86 celulares apreendidos e escondidos em um freezer localizado no interior da Penitenciária Central do Estado.

Na denúncia, composta de 74 páginas, o Ministério Público discorre sobre sete fatos envolvendo os oficiais da PM que, segundo o MP, comprovam a ocorrência dos crimes praticados. A ação penal tramitará na Décima Primeira Vara Criminal da Comarca de Cuiabá.

A informação é da assessoria do Ministério Público do Estado.

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