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PF diz que advogada liderava esquema de madeira

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Uma advogada, cujo nome ainda não foi revelado, liderava o esquema de liberação de cargas irregulares de madeira em Mato Grosso. A profissional era casada com um policial rodoviário federal, que também ajudava. A informação foi dada pelo delegado Carlos Eduardo Fistarol, da Polícia Federal, responsável pela operação, que visa prender 67 pessoas. O esquema envolve servidores públicos de diversos órgãos, entre os quais a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA), Instituto de Defesa Agropecuária do Mato Grosso (INDEA), e Delegacia Estadual do Meio Ambiente (DEMA), além da própria Polícia Rodoviária Federal.

O esquema foi descoberto a partir da deflagração da operação “Arco de Fogo”, que visa reprimir os crimes ambientais na floresta amazônica, e consistia na facilitação em todas as fases no processo de comercialização de madeira. Desde o licenciamento irregular das madeireiras e emissão do Certificado de Identificação, o chamado “CIM”, até o envolvimento de policiais rodoviários federais responsáveis pela fiscalização das cargas transportadas nas estradas.

Foram mobilizados 250 policiais federais e 20 da Força Nacional para cumprir 58 mandados de busca e apreensão e cerca de 50 mandados de prisão nos municípios de Cuiabá, Várzea Grande, São Félix do Araguaia, Comodoro, Cáceres, Porto Esperidião, Sinop, Colíder, Porto dos Gaúchos, Marcelândia, Cláudia, Alta Floresta, Paranaíta e Aripuanã.

O delegado Fistarol informou que o esquema de propina girava em torno de R$ 500,00 por caminhão liberado. Ele explicou que a ação do grupo começava com a rapidez no processo de licenciamento para exploração florestal. Processos que demorariam 40 dias, eram liberados em apenas dois dias. Daí o uso de funcionários da Secretaria de Meio Ambiente. Aos funcionários do INDEA cabia a função de classificação irregular da madeira extraída. Isto é, áreas com madeiras nobres eram indicadas nas guias como madeira comum, de baixo valor econômico – o que evitava chamar a atenção de policiais de outros estados.

O envolvimento de PRFs era para facilitar a passagem dos produtos extraídos ilegalmente das florestas do Norte de Mato Grosso. Ao todo, 10 policiais já foram presos. Há indicações de que há mais pessoas da corporação envolvidas. Advogados e despachantes, além de empresários, faziam parte do esquema.

As investigações, em verdade, segundo o delegado, tiveram início ainda no ano passado. Há pelo menos um ano as pessoas que tiveram prisão decretada estavam sendo monitoradas pela PF, inclusive, com escutas telefônicas. A “Operação Themis” foi deflagrada nas primeiras horas da manhã. “Já foram presas pelo menos 90% das pessoas” – informou Fistarol. A lista dos presos será divulgada no final do dia.

Leia mais:
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