segunda-feira, 20/maio/2024
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Mato Grosso é o sétimo em ranking nacional de mortes violentas

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Mato Grosso passou a ocupar o 7º lugar no ranking de mortes violentas no Brasil, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (8). Na edição anterior do estudo, o Estado estava na 10ª colocação, com uma média de 2,8 mortes por dia. Já no último levantamento, a média passou para 3,5, o que corresponde a um aumento de 27%. A taxa de homicídios é de 39,6 a cada 100 mil habitantes, mas, se somada aos outros tipos de crimes, como por exemplo o latrocínio, sobe para 42,6.

O levantamento é referente ao ano de 2014, quando 1.267 pessoas foram mortas de maneira violenta nos 141 municípios do Estado. O número de mortes tem apresentado um crescimento constante nos últimos seis anos. Para se ter uma ideia, em 2009, 885 pessoas foram mortas e, desde então, o índice não apresentou nenhuma queda.

Em se tratando de latrocínio, nos últimos três anos, o Estado tem mantido uma média de 44 ocorrências por ano. Do total de homicídios registrados, 32 foram resultado de lesão corporal seguida de morte e nesse quesito houve uma redução de 49%, uma vez que em 2013 foram 63 crimes.

Já as mortes causadas por policiais passou de 16, em 2013, para 21 em 2014, o que corresponde a uma ascensão de 31,2%.Estatísticas da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), apontam que entre janeiro e setembro dos anos de 2013 e 2014, o índice de homicídios na Capital e Várzea Grande apresentou um crescimento de 34%, passando de 246 mortes para 330, nos respectivos anos. A maior incidência foi registrada em Cuiabá, que em 2013 apresentou 143 mortes e em 2014, 174.Porém, se comparados os nove primeiros meses de 2014 e 2015, os registros de homicídios apresentaram uma queda de 13%, já que passou de 330 para 286 mortes violentas.

No início deste mês, a Cidade Verde foi considerada a 9ª capital do Brasil com maior taxa de crimes violentos em 2014, o que de acordo com o último anuário, representa 47,4 mortes para cada 100 mil habitantes.

Dados nacionais – segundo o 9º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2014, foram mortos mais de 58 mil brasileiros, sendo que a intervenção policial é a segunda principal causa de mortes violentas, superando até mesmo o crime de latrocínio.

Em 2014, policiais mataram 3.022 pessoas, o que representa uma alta de 37,2% em relação a 2013. E em se tratando de mortes de policiais, o país registrou 398 ocorrências, 10 a menos que no ano anterior.

Para o especialista em Violência Urbana, Naldson Ramos da Costa, Mato Grosso tem seguido uma lógica frequente em se tratando de atentado contra a vida e as gestões políticas já mostraram que não estão sabendo lidar com essa situação. “Se pegarmos os registros dos últimos anos perceberemos que existe uma média de 900 mortes anualmente em Mato Grosso, o que prova que o problema vem se arrastando durante diferentes gestões”.

Costa acredita que os principais motivos que levam a morte do indivíduo são rixas, vingança, questões de gênero e o tráfico de drogas. De acordo com o especialista em violência, a falta de punição e investigações conclusivas colabora fortemente para o aumento de homicídios. “A pessoa mata uma, duas, três vezes. Quando já está na quinta vítima é presa e só responde por aquela morte. A sensação de impunidade é grande e leva os criminosos a reincidirem”.

Para Costa, uma maneira de conseguir reduzir o número de homicídios, não só no Estado, mas em todo país, é saber quem mata, porque mata e onde geralmente esse tipo de crime acontece. Por isso, ele juntamente com o coordenador do curso de pós-graduação em Políticas de Segurança e Direitos Humanos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Francisco Xavier, estão concorrendo a um edital da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), que visa o levantamento destes dados, por meio de pesquisa de campo.

Caso sejam selecionados, Naldson e Francisco realizarão pesquisas nos quatro estados da região Centro-Oeste, com famílias de vítimas de violência, para saber os reais motivos que estão por trás do crescimento desordenado dos homicídios. O estudo está previsto para ter início ainda este ano e os dados coletados, mais um relatório elaborado pelos especialistas, deverão fazer parte do Mapa Nacional sobre Homicídios Dolosos.

Outro lado – a assessoria de comunicação da Sesp informou, por meio de nota, que a pasta tem um efeito preventivo muito pequeno em relação aos crimes de homicídio. E que a maioria desses crimes, principalmente de homicídio, é por motivações passional ou vingança. Ressaltou ainda que a Polícia Militar faz o seu papel, com ações baseadas em análise criminal, saturação das zonas quentes e o direcionamento do policiamento ostensivo para o dia, hora e local de maior incidência dos crimes. E a Polícia Civil também faz o seu papel com o trabalho de investigação e identificação do criminoso e encaminhamento à Justiça.

De acordo com a Sesp, a redução do crime de homicídio envolve vários atores, e não apenas a segurança pública, pois a maioria dos casos de homicídios está relacionada a drogas e a situações de vulnerabilidade social.

Para tentar conter esses índices, a pasta informou que montou duas frentes de atuação. A primeira é uma secretaria-adjunta de ações integradas, que tem como objetivo realizar ações de repressão e prevenção. Já a segunda é a divisão do Estado em 15 Regiões Integradas de Segurança Pública (RISP). A divisão foi fundamentada com base nos indicadores estatísticos de Inteligência estratégica da Sesp. As RISPs vão permitir maior eficiência nas ações da Segurança Pública no Estado, de forma integrada e regionalizada, dando maior atenção a cada região de Mato Grosso, levando em consideração suas características peculiares.

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