A Polícia Civil de Sinop já abriu inquérito para apurar todas as partes envolvidas no caso em que o comandante do Corpo de Bombeiros de Nova Mutum, major Hector Péricles, atirou noveículo do cobrador Fabiano da Silva Santos, no último sábado, em Sinop.
Conforme informações do delegado titular de Sinop, Richard Damasceno Laje, o major será indiciado sob a acusação de disparo de arma de fogo em via pública e, Fabiano, por direção perigosa. “Já colhemos os depoimentos de ambos e agora estamos ouvindo as testemunhas. Vamos concluir o inquérito e o caso será passado para o Ministério Público”, disse, ao Só Notícias.
Entenda o caso conforme relatos dos envolvidos:
Fabiano disse, ao Só Notícias, que estava na avenida dos Tarumãs, no bairro Jardim das Nações, transitando com a esposa e os filhos em sua caminhonete S-10 vermelha, placas CAU 0871, de Sinop, quando teria sido abordado pelo major, que estava à paisana. O cobrador relata que o major teria dito para que ele descesse do carro, pois estava cometendo direção perigosa. Fabiano se recusou e, diante disso, acusa o oficial do Corpo de Bombeiros de ter feito um disparo de revólver calibre 38, que passou por dentro da cabine da caminhonete. Ele acelerou para fugir e outro disparo foi dado, acertando a lateral esquerda do carro.
“Eu estava indo a um jantar de família, quando vi o carro dando sinal de luz. Pensei que ele queria me ultrapassar, então ele parou do meu lado e pediu que eu descesse. Quando me recusei, porque não o conhecia, ele saiu do carro armado, sem camisa e aparentemente bêbado. Foi quando deu o primeiro disparo, que passou por dentro da cabine. A minha ação foi sair rápido e ele disparou outra vez”, acusa o cobrador, que procurou a polícia para registrar ocorrência.
“Minha primeira atitude era ir até a delegacia buscar um apoio, mas minha esposa passou mal e parei no Pronto Atendimento. Ele chegou junto e já desceu armado dando voz de prisão. Chegaram mais duas viaturas da Polícia Militar e me levaram preso para a delegacia para prestar depoimento”, acrescenta o cobrador, que cobra providências da polícia.
O major Hector afirmou, ao Só Notícias, que “estava no jardim da minha residência quando vi que ele chegou de carro em uma mercearia próxima. O fato chamou a atenção porque ele chegou em alta velocidade e levantou muita poeira. Novamente ele saiu em alta velocidade e deu um cavalinho-de-pau na esquina da rua dos Canários com Gaivotas. Acredito que nem mesmo tenha percebido, mas quase atingiu uma criança que estava perto”.
O major acrescenta, ainda, que decidiu ir atrás do motorista, “pois ele havia colocado a vida de outras pessoas em risco. Eu realmente peguei minha arma, pois não sabia quem estava perseguindo. Quando o localizei, de dentro do carro, pedi que ele descesse, foi quando ele jogou a caminhonete em cima do meu carro e me insultou verbalmente. Na tentativa de pará-lo, eu atirei. Quando chegamos no Pronto Atendimento é que percebi que ele estava com a família. Fomos para a Delegacia prestar depoimento e ele disse que eu estava embriagado mas eu não bebo há mais de 10 anos. E quem se recusou a fazer o teste do bafômetro para comprovar a lucidez foi ele”, afirma o oficial.
O major diz que a perícia realizada na arma constatou que foi apenas um disparo, mas segundo o delegado Richard ele apresentou a arma e apenas um cartucho deflagrado. “Não tem como saber se foi só um disparo”, salienta. Em relação ao teste do bafômetro, o delegado afirma que “na Delegacia a gente não tem o bafômetro para fazer o teste, só se foi feito na Polícia Militar, mas isso não consta no boletim”.