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Ex-PM que era pistoleiro do jogo do bicho estava com US$ 1,8 mil e duas armas

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Uma série de desavenças entre bandidos brasileiros deu início a recapturada. Depois vieram os boatos. O trabalho de alguns informantes profissionais e um perfeito Serviço de Inteligência (SI) do Grupo de Aatuação Especial ao Crime Organizado (Gaeco), além de muita determinação. Esses foram os principais ingredientes da recaptura do ex-soldado da Polícia Militar Célio Alves da Silva.

O pistoleiro condenado a mais de 74 anos de prisão em regime fechado atravessou a fronteira da Bolívia para o Brasil imaginando que a Interpol estava atrás dele e que ele seria preso neste final de semana do outro lado da fronteira.

A tranqüilidade de uma vida no campo dentro da Fazenda do Zé Lambada – um bandido brasileiro foragido da Justiça, refugiado na Bolívia -, começou a ruir após desavença entre bandidos. Alguns deles resolveram se vingar e passaram a “conversar baixinho” sobre a vida de Célio Alves.

O promotor Celio Wilson, ex-secretário de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso, um dos integrantes do Gaeco, confirma a importância da desavença entre os bandidos, entre eles o Célio Alves. “Tudo começou por ai, pela desavença entre eles, mas nós já estávamos investigando o caso há muito tempo, inclusive nosso Serviço de Inteligência do Gaeco já tinha localizado o Célio na Bolívia”, afirma Wilson.

O promotor revela ainda que a Fazenda do Zé Lambada, onde o Célio estava escondido, fica bem próximo da fronteira, podendo ser atravessada a pé. Célio Alves estava tão à vontade, que chegou a ir algumas vezes até a uma boate na cidade de San Matias, na Bolívia, onde dançava e bebia.

“O Célio atravessou a fronteira de volta ao Brasil a pé. Ele temia ser parado em uma barreira pelos Leopardos, que também estavam atrás dele. Tudo era apenas uma questão de tempo. Nosso Serviço de Inteligência funcionou perfeitamente. Os informantes da fronteira também foram importantes, mas eu também destaco o trabalho do pessoal do Grupo Especial de Operações de Fronteira, o Gefron”, perito na abordagem final”, concluiu Célio Wilson.

As notícias nos jornais, televisão e sites de que a Polícia Brasileira estava tentando entrar na Bolívia para prender Alves chegaram até os “amigos” de Alves do outro lado da fronteira. A preocupação aumentou depois que surgiram boatos de que a Interpol – a Polícia Internacional – estaria a caminho do local onde Alves estava escondido.

Acompanhando, monitorando os passos de Alves e apostando no poderio dos boatos na eficiência de um informante, três promotores de Justiça do Grupo de Atuação Espacial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Célio Wilson, Mauro Zaque e Joelson Maciel montaram uma operação sigilosa.

“Tudo saiu conforme estava previsto. O Célio Alves foi atraído pelos boatos e resolveu seguir os conselhos de seus amigos, pois ele poderia ser preso na Bolívia pela Interpol, onde já havia sido localizado por um informante profissional infiltrado entre os bandidos: traficantes, receptadores de coisas roubadas e ladrões de carros da fronteia”, confidenciou uma fonte que participou da operação.

A fonte também em revela que Célio Alves ainda tentou não atravessar a fronteira, mas com medo de ser preso resolveu voltar. “Por isso ele trouxe quase dois mil dólares, uma arma de fogo poderosa como é uma escopeta calibre 12 e atravessou a fronteira. No Brasil ele teria a cobertura de traficantes que também se escondem na fronteira”, revelou.

Célio Alves fugiu “tranqüilamente” das dependências da Penitenciária de Pascoal Ramos em Cuiabá no final da tarde de domingo, 25 de junho de 2005.

Alves passou por quatro portas sem ser molestado. Pulou o muro pela parte dos fundos da penitenciária e desapareceu. Um ano, 11 meses e 18 dias depois ele foi recapturado na colalidade conhecida como “Avião Caído”, do aldo do Brasil, ao lado da fronteira com a Bolívia, aq 160 quilômetros de Cáceres (Oeste, a 220 de Cuiabá.

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