A indústria brasileira de motocicletas fechou o primeiro semestre deste ano com crescimento acumulado de 23,1% na produção e de 25,8% nas vendas. Segundo dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), a indústria produziu até junho 876.508 unidades ante 711.937 no mesmo mês do ano passado. De janeiro a junho as vendas no mercado interno foram de 790.486 unidades em comparação a 628.214 unidades vendidas no mesmo período do ano passado.
Os números do balanço divulgado são das fabricantes Harley-Davidson, Honda, Kasinski, Sundown, Yamaha, Caloi e Prince, associadas da Abraciclo.
Na avaliação do diretor-executivo da entidade, Moacir Alberto Paes, o aumento das vendas se deve às facilidades de crédito, à estabilidade econômica e ao emprego. Além da questão econômica, segundo Moacir, o desenvolvimento de bons produtos e a utilização da motocicleta como meio de transporte eficiente também são fatores que explicam o desempenho do setor.
No setor de bicicletas, segundo Moacir, não houve crescimento, mas ele lembrou que o Brasil é o terceiro produtor mundial do setor, ficando atrás da China e da Índia. Em 2005 foram cinco milhões de unidades produzidas e vendidas. Em 2006 foram 4,5 milhões e a previsão para 2007 é alcançar o resultado de 2005, cerca de cinco milhões de unidades.
Segundo a Abraciclo, 55% das vendas de motocicletas em 2006 foram financiadas, 15% foram à vista e 30% por consórcio.
De acordo com o presidente da entidade, Paulo Shuiti Takeuchi, o setor de duas rodas vive um bom momento. “É reflexo da economia. Os indicadores econômicos são muitos positivos, a baixa inflação, os juros caindo e a oferta de crédito fazem com que o consumo seja elevado. O momento é realmente positivo”.
Shuiti Takeuchi observa, no entanto, que as montadoras têm desafios pela frente. “O grande desafio dos fabricantes é administrar a produção, o abastecimento de materiais, de componentes e matérias-primas de fornecedores. Esperamos para o segundo semestre manter o setor aquecido”.