O delegado de Polícia Civil Carlos Eduardo Muniz, afirmou, há pouco, em entrevista coletiva, que a morte do jovem Augusto Marinhos Ferreira, 20 anos, assassinado a tiros, facadas e que teve o corpo carbonizado dentro de um Renault Clio prata, com placas de Sinop, no dia 7 de dezembro foi motivado por desentendimento na partilha de produtos de ações criminosas entre suspeito e vítima. Ontem, o principal suspeito de ser o executor do crime foi preso em Foz do Iguaçu (PR), após troca de informações entre a Polícia Civil paranaense e a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Sinop.
“Foi um trabalho de formiguinha para que chegássemos até ele. Foi uma série de passos, da forma correta se não nós jamais o localizaríamos um indivíduo de Sinop, no Sul do país. Todos os envolvidos neste delito, tanto vítima quanto suspeito são conhecidos da polícia, já têm um histórico de envolvimento em outras situações. Então no momento da identificação de cada um, os dados qualificadores isso nos foi fácil porque, a partir do momento que o nome foi identificado, o restante nós já sabíamos”, afirmou.
Já o segundo suspeito havia sido preso, há alguns dias, por posse ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas e está no presídio Ferrugem onde a Polícia Civil cumpriu, também nesta segunda-feira, novo mandado de prisão pelo homicídio de Augusto. “Esse caso foi um caso que chamou muita atenção da polícia pela forma que eles utilizaram para ocultar o corpo, queimaram o corpo no veículo justamente na intenção de tentar desvirtuar qualquer forma de identificação da vítima. Ocorre que tanto no veículo como alguns outros sinais identificadores localizado por ali, eles foram suficientes para que identificássemos quem havia sido queimado”, disse o delegado.
“A partir dai começou a montagem do quebra-cabeça, foi um caso muito complexo porque envolvia diversas nuances do mundo do crime , ou seja, o motivo desse crime teria sido um desacordo entre os envolvidos, no tocante a um outro crime que eles cometeram, ou seja, roubos que teriam realizados e um teria levado vantagem em relação ao outro na divisão desses bens”, emendou Muniz.
Ainda segundo o delegado, o conflito foi motivo suficiente para os suspeitos matarem e carbonizarem Augusto. “A partir daí gerou discórdia entre essas pessoas e esses suspeitos acabaram matando Augusto ali na própria residência de um dos envolvidos. A partir dali, encaminharam Augusto até o local onde o carro foi queimado. O Augusto era envolvido com uma organização criminosa do Estado e isso também chamou muita atenção porque membros da mesma organização colidindo uns com os outros. Da forma que eles atuam, isso gera uma séria de reflexos que também estaremos investigado para ver até onde isso ainda vai chegar. Temos uma linha de investigação bem definida precisamos juntar ainda os fatos, que ainda demandam algum trabalho justamente para estabelecer a verdade real, mas está tudo muito bem encaminhado”, afirmou o delegado Carlos Eduardo.
A Polícia Civil apurou que grupo estava envolvido no roubo de agrotóxicos em uma fazenda em Feliz Natal (130 km de Sinop), em 15 de novembro passado. Foram levados mais R$ 225 mil em produtos agrícolas. O gerente e um funcionário da fazenda foram rendidos pelos criminosos e obrigados a carregar o veículo com os defensivos. Durante as investigações, foram recuperados em ações da Polícia Civil e Militar, em uma casa no bairro Vila Santana, em Sinop, 27 galões de 20 litros de veneno.