Cinco detentos, sendo quatro considerados de alta periculosidade, conseguiram fugir por volta de 01:00h da última sexta-feira, 10, da cadeia de Alta Floresta, através de um buraco na laje da cela.
O fato foi denunciado por funcionários de um posto de combustíveis localizado próximo ao presídio. A fuga aconteceu na véspera da transferência de quatro deles para um presídio de segurança máxima da capital. Paulo Batista da Rocha é acusado de triplo homicídio. Em novembro de 2003, ele matou de forma cruel uma família inteira na Gleba São Pedro, para ficar com a propriedade.
Os irmãos Deuzimar e Gilvan Vicente de Freitas foram acusados de matar o próprio irmao no vizinho município de Carlinda, quando participavam de uma festa.
O quarto detento considerado de alta periculosidade e que fugiu da cadeia na sexta-feira, foi Marcos dos Santos Lima, o Malote, acusado de um homicídio na Pista do Cabeça. Malote já havia empreendido fuga em outra oportunidade, mas foi recapturado.
O quinto fugitivo é um menor, que estava preso por furto. Leandro Kiok estava na mesma cela onde os detentos fugiram, mas preferiu permanecer no local, ‘para cumprir contas com a justiça’.
Ahmenon não informou como os foragidos receberam informações sobre a transferência para Cuiabá, que deveria ocorrer na manhã de sábado. “Eles são presos de alta periculosidade e sentiram que iriam pegar uma pena pesada por causa dos crimes que cometeram”, disse, em entrevista.
O buraco que abriram no teto da parede foi feito com a lâmina de ferro do ventilador de um dos detentos, serviço que deve ter sido feito por mais de um dia pelos foragidos. “Vamos apurar os detalhes”, prometeu.
EMPENHO – Irmã de uma das vítimas de Paulo Batista, Maria José foi até a Delegacia Municipal pedir empenho das autoridades na captura dos foragidos, especialmente do algoz da irmã Ilda Nascimento, do cunhado José de Lima, e do sobrinho Edivaldo. Os três foram barbaramente assassinados em 8 de novembro de 2003. Paulo matou José com um tiro de espingarda, e Ilda e Edivaldo a pauladas. Ele queimou os corpos para dificultar o encontro e a identificação.
“Ele é tão frio que falou para a polícia que queria comer o cérebro do meu sobrinho, depois que o matou com uma paulada na cabeça”, disse chorando Maria José, para pedir que a comunidade auxilie a polícia indicando pistas onde os foragidos possam estar escondidos.
Maria José ainda disse temer pela vida de familiares, que auxiliaram a polícia na captura de Paulo. Quando foi preso, ele prometeu matar uma das irmãs de Maria José, que hoje mora em Carlinda.