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Barbárie em Sorriso: perito cita indícios de luta, mãe pode ter sido a 1ª a ser morta e depois as filhas; pai estava trabalhando

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Só Notícias/Kelvin Ramirez e Lucas Torres, de Sorriso ( atualizada 10:08h - foto: Só Notícias/Lucas Torres/arquivo)

O perito criminal da Politec Sorriso, Gledson Emiliano, detalhou a perícia na residência onde foram encontradas mortas, Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, e as filhas Miliane Calvi Cardoso, 19 anos e duas menores, de 13 e 10 anos, ontem, na Travessa Dezembro, no bairro Florais da Mata. Foram mais de 9 horas de análises, a equipe de perícia concluiu a cena de crime com coleta de materiais que serão anexados ao inquérito policial dos crimes praticados pelo assassino confesso Gilberto Rodrigues do Anjos, de 32 anos, preso, ontem, em rápida ação policial. “Primeiramente está bem claro que foi uma atrocidade. Quase todas foram vítimas de arma branca, infelizmente ainda tinha uma criança com sinais de esganadura. As demais com várias lesões por arma branca na cabeça, pescoço e uma com esgorjamento bem profundo”, explicou.

O perito também falou sobre algumas evidências encontradas nas vítimas e no local, como de abuso sexual e de móveis danificados. “Existe indícios disso (abuso sexual) só será confirmado com exame junto ao IML que será feito algo mais detalhado na região. Há indícios também que a pessoa que cometeu isso conseguiu entrar na casa através da janela. Houve luta corporal que tudo indica com a mãe das crianças, na cozinha. Temos indícios que indicam quebramento de móveis e marcas de sangue que mostram isso. Também a questão da faca que estava junto a mãe, está bem relacionada com as lesões que a gente encontrou nos corpos”.

“Tudo indica que ele tenha ido ao quarto. Tem sinais de marcas de contato na porta do quarto que indica que ele forçando, marcas compatíveis com as marcas de chinelos que encontramos junto ao piso. Está tudo relacionado. A lesão da criança mais nova o que a gente consegue constatar é esganadura, tem indícios que foi utilizado um dos travesseiros, tem marcas compatíveis com o mesmo decalve de chinelo na região do quarto e essa criança não tem lesão de arma branca. As duas filhas mais velhas e a mãe tem lesões de defesas compatíveis com defesa na mão, então na mão e braço tem bastante lesões de arma branca, que na nossa experiência nos relaciona essas lesões a defesa”, acrescentou

Gledson confirma a versão que o crime pode ter sido cometido na última sexta-feira e a filha mais nova pode ter sido a última a ser morta. “O indicativo de 48 horas é uma estimativa, que pode ter um intervalo de um pouco para mais ou para menos. Não conseguimos mensurar por enquanto o lapso temporal de uma vítima para outra, mas tudo indica que a mãe foi a primeira vítima, as duas filhas mais velhas, a segunda e terceira vítima e a criança tem indicativo que ela foi a última vítima. Em uma troca de informação com o médico legista, ele conseguiu relacionar o lapso temporal para essa criança. Vamos fazer uma análise disso para ver se conseguimos afirmar no laudo”, disse.

O perito relata que também será analisado com o material coletado se há possibilidade de o assassino ter tido ajuda. “Não conseguimos achar um indício que vá confirmar a participação de outras pessoas, mas não é descartado. Precisa de uma análise mais minuciosa com as medidas que encontramos tanto da marca dos pés descalços e chinelos, fazer essa análise de compatibilidade com as vítimas e com a marca do chinelo para que a gente consiga fazer uma estimativa e verificar se elimina ou não a hipótese da segunda pessoa envolvida”, explicou.

O pai das crianças estava trabalhando em outra cidade. Ele é caminhoneiro. Em áudio que circula nas redes sociais, ele demonstraria preocupação com a falta de notícia da família desde sexta-feira. Ao Só Notícias, o delegado Bruno França, disse que ele estaria em Marechal Rondon (Paraná) e iria pegar um voo, ontem à tarde, para voltar a Sorriso.

O assassino confesso, Gilberto, foi transferido ontem à tarde para Sinop, devido a ameaças de populares em invadirem a delegacia em Sorriso. O delegado Bruno França afirmou que ele premeditou os crimes, responde processo por latrocínio em Goiás. “Por experiência própria e por informações confirmadas, tudo levava a crer que a população ia tentar contra a vida desse rapaz na nossa delegacia. Entrei em contato com a diretoria da Polícia Civil, o coronel nos avisou a respeito do perigo, pedimos ajuda ao Ciopaer e esse rapaz não está em Sorriso mais”, disse o delegado.

Os velórios foram na igreja Assembleia de Deus, na perimetral Sudoeste, em Sorriso e os sepultamentos no final da manhã .

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