Um investigador da Polícia Civil confirmou, ao Só Notícias, quem uma das possibilidades investigadas é que os R$ 4,6 milhões apreendidos com o piloto italiano, de 61 anos, no avião Cessna Aircraft T206H, em Alta Floresta, no dia 1º deste mês, seriam usados para compra clandestina de ouro, na região do Pará. A movimentação milionária pode passar dos R$ 100 milhões com envolvimento de empresários. Não foram mencionados mais detalhes do andamento das investigações. O dinheiro continua apreendido, depositado em um banco até a justiça decidir a destinação.
Conforme Só Notícias já informou, a apreensão ocorreu após pouso forçado, em um aeródromo a cerca de 5 quilômetros da cidade. “Fomos comunicados da queda do avião. Os investigadores se deslocaram para o local e quando chegaram o piloto, de 61 anos, já estava fugindo em um táxi. Eles abordaram o piloto e ao vistoriar o veículo encontraram cinco malas com dinheiro”, disse, anteriormente, o delegado Vinicius Nazário.
O piloto tem condenações pelos crimes de tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo no Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ). “O piloto não foi autuado em razão de não haver elementos para sua prisão. O dinheiro apreendido com ele não tem origem ilícita comprovada. Por isso, foi instaurado o inquérito policial para apurar possível lavagem de dinheiro, proveniente de tráfico de drogas ou outra atividade ilícita. Em pesquisa preliminar, feita na localidade, não foram identificados antecedentes criminais, mas pedimos levantamento pormenorizado à Diretoria de Inteligência, em Cuiabá, que conseguiu levantar que ele respondeu um inquérito, em 2002, na Justiça Federal. No entanto, isso não é elemento de prova para sua autuação em flagrante referente à apreensão do dinheiro, que é objeto de investigação de possível lavagem de ativos financeiros”, explicou Nazário.
A aeronave que fez o pouso forçado, avaliada em aproximadamente R$ 2 milhões, também está apreendida. O avião saiu da cidade de Sorocaba (SP) com destino a Itaituba (PA). O plano de voo tinha previsão de duas paradas para abastecimento, uma em Jataí (GO) e outra em Alta Floresta. Segundo o piloto, ele percebeu problemas na aeronave em Jataí, mas mesmo assim decidiu seguir a viagem.
Em Alta Floresta, ele precisou fazer um pouso forçado na pista rural. O avião foi localizado no final da pista em uma área de pastagem, aberta e sem nenhuma bagagem. A investigação seguirá na linha de lavagem de dinheiro e ocultação de bens (dinheiro e valores).