Nos municípios no Brasil inteiro foram dadas posses para os eleitos. Novas gestões em cena. Só trabalhar e mostrar suas competências. Bem, é natural que haja renovações, pois o descontentamento é geral com a classe política. No estado de Mato Grosso a situação é notoriamente caótica e necessita ainda de muitas modificações, até mesmo bastante radicais. Porém, quanto a esse assunto e às proporções, bom é ouvir a opinião dos que se debruçam no assunto, como é o caso dos nossos cientistas políticos.
Pois bem, parece que interessante mesmo seria que todo o quadro político municipal fosse trocado a cada nova gestão. Mas sabemos que pelos meios legais existentes, isso não tem como acontecer completamente de uma só vez no nosso país.
Mas, o que importa agora, é que os novos prefeitos e vereadores que foram escolhidos e empossados sejam dinâmicos, comprometidos com a causa popular, honestos, capazes e com disposição para realizar trabalhos de grandes proporções. E principalmente, que sejam despachados e não apenas meramente burocráticos e manhosos.
Pois bem, com as posses acontecendo aqui na nossa cidade, alguns os fatos chamaram a atenção nesta semana, roubaram a cena e merece ser relatado.
Um destes casos é a composição esdrúxula feita por alguns vereadores do DEM e do PSD, para a eleição da nova mesa diretora da câmara da Várzea Grande. O que houve na nossa cidade, parece mesmo um fato politicamente inexplicável. Pois, contrariando suas lideranças e pelo que parece mesmo, se opondo até aos interesses dos seus respectivos partidos. Pois suas ações deveriam refletir o interesse da população que os elegeu. O que pelo que se comentam, não aconteceu, no entanto.
Nada contra os vereadores em si, pois tem livre arbítrio para agirem. Porém suas atitudes parecem não estar condizente com o cargo. Mas tem suas consciências em jogo. E causa estranheza ter havido tais divergências e rachas entre grupos de mesma coligação e até de mesmos partidos, para tanto.
Mas nesta cidade sempre acontece fatos inusitados que chamam a atenção mesmo.
Há que se apoiar toda possibilidade de renovação, mas nunca dessa forma. Para quem entende ao menos um pouco de política deve estar se perguntando: E agora como ficam esses vereadores eleitos pelo voto direto, mas que usaram das prerrogativas dos seus cargos para promoverem (ao que parece) os seus interesses particulares, em detrimentos dos interesses dos seus partidos, bem como dos seus eleitores? Devem estar muito mal aos olhos das suas lideranças! "Isto é uma vergonha!"
Não querendo jamais desmerecer a vitória à presidência, do nosso vereador mais votado no pleito, Dr. Waldir Bento, que é médico e tem seu mérito. Deverá ser um ponto forte para os assuntos críticos, bem como para a saúde da nossa cidade. Mas, vale salientar e criticar o modo como o Dr. Waldir chegou à presidência da casa. Pois, não parece ter havido nenhuma demonstração de maturidade política e suficiente comprometimento dos vereadores, que neste ato, votaram a contra gosto dos seus líderes correligionários. E, pelo que sugere os comentários, contrariando ainda a vontade dos seus eleitores tradicionais e os aliados oficializados, que prometem ainda, demandar na justiça, essa situação! Eleição bastante polêmica, que mais pareceu uma votação de programa de reality show. Questão de afinidades? Não se sabe! Nunca antes na história desta cidade algo igual se desenhou. Parece mesmo uma crônica pueril!
Ao derrotado, vereador Wanderley Cerqueira, ficou a demonstração de sua coragem, e da sua coerência político-partidária, ao enfrentar uma disputa de mesa que já estava pré-desenhada com todos esses borrões grotescos, e gritantes, apenas para fazer valer a vontade dos seus eleitores, das lideranças, partido e de seus aliados. E, ao que parece, politicamente, deverá sair dessa condição, mais fortalecido com o seu grupo, ao longo do tempo.
Tomara, pelo bem da gestão do novo prefeito… Mas tomara mesmo, que essa posição tomada por esses vereadores não torne a ser mais um dramalhão vivido pela nossa população várzea-grandense, com demandas e vai-vem de liminares, com saídas e retornos sucessivos de políticos aos seus cargos.
Todavia, que seja cumprida a lei! E, que se afaste da nossa cidade toda essa estranha nuvem da infidelidade que paira sobre nós! E, que todos acompanhem o dia-a-dia dos seus eleitos para saber o que fazem com a essa procuração de amplos poderes que lhes foi passada, através das urnas. Pois, criticar por criticar, já não basta!
Domingos Sávio Bruno é engenheiro florestal em Mato Grosso
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