Como disse o Padre Fábio de Melo em uma linda canção: "Sim, todo homem é bom, todo humano é bom…". Se somos todos bons, inclusive, os que agem errado aos olhos dos homens e aos olhos de Deus, temos uma responsabilidade muito grande com nossas futuras gerações e a única forma de auxiliá-las é cuidando de nossas crianças e adolescentes.
Devemos acreditar na afirmação do Dalai Lama (Líder oficial do governo tibetano em exílio, ou Administração Central Tibetana. "Lama" é um termo geral que se refere aos professores budistas tibetanos) que afirma: "Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver".
Assim, somente hoje podemos ajudar nossas crianças e adolescentes, pois o ontem não retornará jamais e o amanhã, o amanhã não chegará nunca, pois toda vez que ele se avizinha, ganhamos um novo presente.
Uma recente pesquisa, que foi realizada pela TIC Kids Online Brasil 2012 e divulgada no mês passado pelo Comitê Gestor da Internet no país, mostra como nossos filhos e filhas estão expostos na rede.
Os números assustam, pois revelam que, no Brasil, 70% das crianças e dos adolescentes entrevistados têm perfil próprio nas redes sociais. Entre os menores de 13 anos, 42% dos entrevistados (na faixa de 9 e 10 anos) e 71% (de 11 e 12 anos) já fazem uso delas. O preocupante é que apesar da idade mínima exigida para ter um perfil na internet ser de 13 anos, grande parte mente a idade para se conectar. Ai é que mora o perigo.
Além disso, a pesquisa demonstra que as crianças e adolescentes colocam em seu perfil foto que mostra claramente o rosto (86%), expõe o sobrenome (69%) e podem navegar nas redes sociais quando querem, sem acompanhamento dos pais (63%).
A preocupação aumenta, na medida em que a pesquisa mostra que entre as crianças de 9 e 10 anos, 6% já tiveram contato na internet com alguém que não conheciam pessoalmente, entre 11 e 16 anos, o percentual sobe para 26%.
Essa situação as expõe a conteúdos violentos, pessoas estranhas e, eventualmente, até com criminosos, podendo levar as nossas crianças e adolescentes a serem abusadas sexualmente, estupradas e até mesmo levadas a óbito.
Portanto, para auxiliá-las, podemos tomar algumas atitudes simples, que farão uma grande diferença, tais como: ensiná-los a pensar nas informações que vão publicar em seu perfil; lembrá-los de que as informações compartilhadas não ficam restritas somente a eles e a seus amigos.
Informações pessoais nas redes sociais se tornam públicas. O que é divulgado na rede dificilmente será removido depois; tomar cuidado com estranhos; não compartilhar as senhas, nem mesmo com namorado (a); evitar endereços de lugares que frequenta, onde mora ou estuda. Tomar muito cuidado com o check in; Informá-los que se tiverem algo de íntimo para dizer a alguém e queiram guardar segredo, usem o telefone ou falem pessoalmente. Pois o que se escreve, as pessoas destinatárias podem mostrar para outros; e, sempre que criar uma senha faça com que ela seja forte mesclando números, letras e outros caracteres.
Estamos tentando protegê-las e tê-las em segurança o tempo todo. Não é porque estão em casa, com os pais e na frente de um computador ou com um smartphone em mãos, que estão a salvo dos bandidos e criminosos.
Bom, como diria Sócrates: "Eu não posso ensinar nada a ninguém, eu só posso fazê-lo pensar." (Sócrates foi um filósofo ateniense do período clássico da Grécia Antiga. Creditado como um dos fundadores da filosofia ocidental, é até hoje uma figura enigmática, conhecida principalmente através dos relatos em obras de escritores que viveram mais tarde, especialmente dois de seus alunos, Platão e Xenofonte, bem como as peças teatrais de seu contemporâneo Aristófanes).
Pense nisso.
José Rodrigues Rocha Júnior – Presidente do Conselho Estadual dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes de Mato Grosso e Secretário Adjunto de Assistência Social da Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social SETAS/MT.