sexta-feira, 29/março/2024
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Uma proposta para a BR-163

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Eu tenho uma proposta definitiva para asfaltar a BR-163. Chega de acreditar em promessa de candidato. Em campanha, ele (o candidato) garante que no seu governo vai pavimentar a rodovia até o Porto de Santarém, no Pará. Eleito, esquece a promessa num dos escaninhos do pensamento até a próxima eleição. Foi assim com FHC e Lula. A desculpa é a preservação do meio ambiente. Há quem afirme que a mera existência de uma estrada pode extinguir espécies e prejudicar a floresta. Bobagem. A rodovia existe há mais de três décadas.  O que prejudica é a falta de uma boa proposta para a sua pavimentação.

 

Em primeiro lugar, devemos plantar mais, produzir mais, exportar mais. E com o frete mais barato pelo porto de Santarém. Um quadro comparativo dos custos de frete entre Santarém e o porto de Paranaguá, evidencia a economia de aproximadamente R$ 100,00 por tonelada. Considerando que a produtividade média de grãos no caso da soja é de três toneladas por hectare, o produtor teria uma renda agregada de R$ 210,00 por hectare, algo assim em torno de R$ 4,00 por saca. Difícil calcular quanto o descaso do governo federal está custando a Mato Grosso e ao Brasil. Alguém aí me ajude a fazer a conta, por favor.

 

Eu sei, o governo do PT sabe, todos nós sabemos que com a conclusão das obras de pavimentação da BR-163 até Santarém, a competitividade comercial da produção agrícola do médio norte e do norte de Mato Grosso deixará de ser a pior. Será capaz de regular o mercado brasileiro e disputar com igualdade no mercado exterior. E melhor ainda: faz parte também desse ufanismo a previsão de que as regiões norte e médio norte do estado vão se transformar em áreas de atração para investimentos de grandes empresas, gerando emprego e renda.

 

Durante a campanha eleitoral, Lula prometeu que as obras de pavimentação da BR-163 seriam concluídas no trecho que ainda falta até o porto de Santarém. Pouco mais de 1.000 quilômetros. Quando fez a promessa, o trecho asfaltado de aproximadamente 700 quilômetros em território mato-grossense ainda oferecia condições de tráfego. Quase dois anos e meio depois, não passa de uma rodovia destruída e abandonada. Até porque, os recursos do Orçamento da União para a recuperação emergencial das estradas federais em Mato Grosso, não podiam ser liberados. Desde janeiro deste ano o Estado aparecia como inadimplente no Congresso Nacional. Um desses enganos que a vã filosofia dos nossos homens públicos não consegue explicar.

 

Como se viu recentemente, inconformada com a situação de prejuízo ao Estado, a Assembléia Legislativa comprou a briga. O presidente da Casa, deputado Silval Barbosa (PMDB) protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) um mandado de segurança contra o Congresso Nacional, a Presidência da República e o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT). A iniciativa foi decisiva no parecer favorável da Comissão Mista do Orçamento, na Câmara Federal, em Brasília, garantindo a liberação de recursos do Orçamento da União para recuperação das BRs em Mato Grosso.

 

Chega de ser submisso e chega de ficar aguardando a boa vontade do Planalto. Afinal, Mato Grosso é o maior produtor de soja, de algodão, de arroz e possui a maior pecuária de corte do país. E com mais dinheiro no bolso, os produtores poderiam inclusive substituir o Estado na construção de estradas, portos e ferrovias. E exigir, com a autoridade de quem produz mais riquezas para o país, a contrapartida do governo federal. É por isso que a iniciativa da Assembléia Legislativa na questão da recuperação das rodovias federais serve como exemplo.

 

O Legislativo mostrou com a ação firme do seu presidente, deputado Silval Barbosa, a importância das BRs para o escoamento da produção regional, principalmente da soja, do algodão, da carne e da madeira. O Congresso Nacional parece que compreendeu isso e o governo do PT certamente entendeu o recado: a BR-163 pavimentada é um elemento fundamental para gerar desenvolvimento e emprego no país. Único acesso rodoviário ao norte de Mato Grosso – um dos maiores pólos de produção agrícola do Brasil -, é por ela que escoa toda a produção de grãos, algodão, madeira e carne da região. Pena que Lula, envolvido em suas seguidas viagens aos quatro cantos do mundo, não veja isso. E nem se lembre do que prometeu na campanha eleitoral.

 
Adeildo Lucena é jornalista.

 

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