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Suruba partidária

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As convenções partidárias começam em 10 dias, mas ao que tudo indica, a definição real e definitiva das coligações que irão disputar o governo do Estado e os demais cargos em Mato Grosso só deverá sair mesmo no prazo final, que é 30 de junho.

Por enquanto, o que os eleitores vão vendo é uma espécie de suruba partidária, onde tudo é possível. Por conta da verticalização, praticamente todos os partidos podem compor com todos, sem quase nenhuma restrição.

O caso mais curioso dessas possibilidades infinitas ocorre entre o PPS, PFL e PSDB. Tanto PFL quanto PSDB ainda trabalham uma articulação que possa lhes garantir uma coligação com o PPS. Juntar PSDB e PPS ou PSDB e PFL dá na mesma categoria de aliança de difícil apresentação pública, pelo histórico de rivalidade que grassa a relação entre esses partidos.

E, pasme, ainda haveria a possibilidade, ainda que remota, de uma aliança que colocasse no mesmo palanque os três partidos juntos. Esse seria o caso clássico da suruba partidária.

Essa possibilidade advém da mesma matriz: se o PPS não celebrar coligação nacional, ou não lançar candidato a presidente da república. É o que tanto PFL como PSDB esperam para poder cair nos braços do governador Blairo Maggi, mas, todavia, com interesses distintos.

Para o PFL, o interesse seria garantir a eleição de Jaime Campos ao Senado. Já para o PSDB, a articulação vem de cima, e visa, principalmente, garantir um palanque forte para Geraldo Alckmin em Mato Grosso. De japa, claro que tentariam emplacar Antero Paes de Barros para senador também. Essa acabaria sendo a principal dificuldade para essa possibilidade se concretizar. Coerência ideológica e política? Bom, esse assunto não pertence mais às hostes partidárias.

Outro fator decisivo nessas possibilidades infinitas reside na tradição da política mato-grossense, de não-confronto. Não é exatamente a teoria de Sun Tsu, de ganhar a guerra com o mínimo de força. É um adesismo mesmo, onde prevalece a máxima de que melhor que esse governo, só o próximo.

Antes vivemos o jogo de alternância combinada. Agora é Dante, agora é Jaime, agora é Bezerra, não necessariamente nessa ordem. De modo que quando chegasse a vez do próximo, os demais não criavam dificuldades para garantir a alternância pacífica. Mas, o advento da reeleição quebrou esse pacto, que evoluiu para o adesismo puro. Como quem diz, se não posso com meu inimigo, adiro a ele.

Oposição de verdade, como fazem no plano nacional o PSDB e o PFL ao governo do PT, faz tempo que não vemos por aqui. Mesmo no governo anterior, dava pra contar nos dedos de uma só mão quem se arriscava a ser oposição. Agora, ainda sobram muitos dedos na hora de fazer essa conta.

Essa suruba, no entanto, pode deixar os partidos com uma ressaca moral difícil de superar após a eleição de primeiro de outubro, quando poderão pôr a mão na cabeça, e se perguntarem: “O que é que eu fui fazer?”.

Kleber Lima é Jornalista, Consultor Político filiado à ABCOP (Associação Brasileira de Consultores Políticos), e Consultor de Comunicação da KGM Soluções Institucionais
[email protected]

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