sexta-feira, 26/julho/2024
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Superfaturamento e a rua

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Não param, de uns tempos para cá, os comentários sobre os seguidos acontecimentos no estado. Operação Pacenas, crise no Judiciário e agora o tal superfaturamento nas máquinas. Recolhi alguns deles.

Uma das perguntas da rua é saber quem vai sofrer mais desgastes políticos, Wilson Santos (caso Pacenas) ou Silval Barbosa. Há quase consenso que o caso atual é mais melindroso e mais perto da eleição. Além disso, por uns dois meses, fica-se na espera do resultado da investigação e, ao longo dela, podem surgir fatos novos que talvez sejam levados para a opinião pública.

Ouvi gente dizer que nunca viu uma jogada tão bem bolada como a compra dos maquinários para as prefeituras. Explicam com ar de maldade. Um, o empréstimo do BNDES tem dois anos de carência e vários para ser pago. Outros governos pagariam. Dois, os eleitores dos municípios beneficiados ficaram felizes com as máquinas recebidas. Três, fez-se forte divulgação do assunto no estado todo.

Quatro, a compra das máquinas ainda renderia recursos para a campanha eleitoral deste ano. O dinheiro pago a mais seria para o caixa da campanha. Que o que as empresas estão devolvendo deve ser o dinheiro que seria usado mais tarde. Veneno puro.

Outro comentário é que o governo fez boa divulgação pelos meios de comunicação da entrega das máquinas aos prefeitos. Uma divulgação que chegou à população. Agora, com o caso do superfaturamento, o povo lembra rápido da distribuição das máquinas. Se o que está acontecendo fosse mais à frente, ou se, absurdamente falando, a propaganda fosse menor, o fato atual chegaria com menos força à maior parte da população.

Tem gente que associa as demissões no governo com o que aconteceu com o DEM em Brasília. Ali, por pressão do senador Demóstenes Torres, a direção nacional desse partido pediu a cabeça dos implicados, até mesmo do governador Arruda. Com isso diminuiu um pouco a fala contra o partido. O DEM passou a alegar que não passava a mão na cabeça dos que erraram. No fundo queria dizer que, no caso do mensalão, o PT deveria ter feito a mesma coisa.

Em MT, no caso da Funasa com gente do PMDB e agora das máquinas, tomaram-se as mesmas medidas tomadas em Brasília. Isso pega bem junto à população.

Outro aspecto comentado é que a Serys pede providências sobre o caso das máquinas e cobra que o Abicalil, presidente do PT, faça o mesmo. Procura colocá-lo em situação desconfortável. Rescaldo ainda da disputa entre os dois para o Senado.

Fazem-se também paralelos entre o inferno astral que passa a candidatura Silval Barbosa com o que passou antes o Wilson Santos com a Operação Pacenas, greve dos médicos e o caso Conspavi-ETA Tijucal.

Agora seria a vez do Silval com a demissão de Kamil Fares da Saúde, área escolhida como prioridade eleitoral no Vale do Rio Cuiabá. A saída do Kamil passou o recado de que não será fácil fazer o que se propôs fazer. E agora o caso das máquinas.

É quase unânime o ponto de vista que quem mais se beneficiou disso tudo foi a candidatura Mauro Mendes.

O comentário mais doído é a constatação das pessoas de que o serviço público no Brasil tem tendência à corrupção. Uma praga que caminha com a gente desde o período colonial.

Alfredo da Mota Menezes é articulista político em Mato Grosso.
www.alfredomenezes.com

 

 

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