A propósito da enxurrada de opiniões destoantes sobre divulgar ou não a “lista suja” nas eleições municipais deste ano, tomo a liberdade de tecer consideração que parece esquecida por todos que até aqui argumentaram contra ou a favor.
Às vésperas do fechamento da questão que dará início a mais acirrada das disputas; eleva-se o coro contrário daqueles que buscam lugar ao sol das oportunidades que somente a política(…gem) é capaz de dar. Tal espécie se vê todos os dias nas ruas e em profusão assustadora nos veículos de comunicação. A identificação é fácil, basta observar quem bate no peito se proclamando paladino da dignidade e honradez. Não raras vezes tudo isso é encenação, uma forma de ocultar vícios de comportamento e em alguns casos até mesmo passagens pela polícia.
O esforço em trazer à luz da opinião pública a vida pregressa dos candidatos, esbarra muito mais no pouco caso do eleitor frente à informação do que necessariamente pelo impedimento jurídico do ato em si.
Quem defende o eleitor pode argumentar que tal comportamento se dá pela falta de credibilidade da classe política e não pelo descompromisso do eleitor com o bem-estar de sua cidade, estado ou país. A teoria é pobre e cai por terra diante do expressivo número de votos recebidos por candidatos de caráter duvidoso, o que deixa notória a identificação entre o eleito e eleitor.
Independe dos motivos, o resultado é inglório e não dá margem a outra interpretação que não seja a de cumplicidade que, com efeito, coloca o eleitor na condição de sujo, ficando impedido de julgar o mal lavado; ou vice-versa…
Clayton Cruz é radialista em Sinop e editor do imprensando.com.br