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Sinop vai à faculdade

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Não sem um certo espanto a sociedade sinopense viu nascer, dias atrás, em uma sessão da Câmara Municipal, a Academia Sinopense de Ciências e Letras – ASCL. Compreensível o espanto. Reunimo-nos, no entanto, há mais de um ano, alguns poucos escritores, para elaboração de estatuto e diretrizes que norteariam nossas ações junto à comunidade sinopense. Nesse período, conhecemos e discutimos a produção e o envolvimento de cada um dos componentes sem que a comunidade soubesse da atividade. Pergunta-se, então, por que criar uma Academia de Ciências e Letras numa cidade tão jovem?

Excelente. É a deixa que precisamos para dizer por que nascemos.

Sinop. Uma cidade jovem, sim, porém, com mais de cem mil habitantes, dentre os quais algumas gerações de sinopenses natos. Uma cidade jovem que se constitui, também, um polo universitário. Uma cidade jovem que percebe a diversidade cultural de seus munícipes. Já não somos mais somente sulistas… Uma cidade jovem que atinge maturidade precoce e se depara com o momento em que é necessário matricular-se no Ensino Superior. Sinop cresceu e vai, enfim, para a faculdade.

Cientes desse momento de auto-afirmação e testemunhas da resposta dada à crise, ao declínio do ciclo madeireiro, percebemos que a jovem Sinop ansiava descobrir outros caminhos, outras alternativas para posicionar-se como gente grande. Já não figuram em seu cenário os aventureiros de plantão. Partiram para outras fronteiras… Já não respiramos o ar impregnado de fumaça. Hoje, discutimos nas universidades e faculdades, nos setores organizados, inclusive no madeireiro, como conservar o meio que ainda temos e recuperar o que foi indevidamente destruído.

Somos todos sinopenses, se não de nascença, por escolha. Estamos aqui porque este é o lugar que escolhemos para viver, ter filhos, netos e construir uma história. E que história! Aqueles que chegaram, como eu, na década de 1980, sabem a que aventura me reporto quando me refiro a essa data. A grande aventura da vida…! A travessia de cada um ao (re)construir-se interna e externamente. É nessa paisagem cultural de tomada de cosciência e construção identitária que a ASCL se insere.  

Nosso desejo é levar para os meninos e meninas, jovens, adultos, aqueles que nasceram aqui, aqueles que chegaram há pouco a literatura e a ciência produzida por quem mora aqui. Teses de doutorado, dissertações de mestrado, contos, crônicas, poesia. Que os pequenos e jovens sinopenses se identifiquem e se construam culturalmente, que se reconheçam nas vozes daqueles que produzem a partir da paisagem local. Que os recém-chegados percebam o compromisso dos escritores em trabalhar para e pela cultura local. Que a ASCL consiga estimular, provocar, sensibilizar para a leitura e produção de textos, sejam científicos ou literários. Que a jovem Sinop faça a lição de casa!
  
Marli Walker é professora e vice-presidente da ASCL.

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