Uma pesquisa realizada em 2017 e divulgada pela Academia Americana de Plástica Facial e Cirurgia Reconstrutiva (AAFPRS) aponta que 55% dos pacientes afirmaram que sair bem na foto para postar nas redes sociais seria uma das justificativas para realizar uma cirurgia plástica antes dos 30 anos.
E com a tendência de querer se submeter a uma cirurgia para ter a aparência de uma foto com filtro para postar nas redes sociais surgiu a “dismorfia de Snapchat” que não se trata de uma doença oficialmente reconhecida, mas de um fenômeno que preocupa especialistas em saúde mental, assim como alguns cirurgiões plásticos. Esse termo foi criado pelo médico britânico Tijion Esho, que tem várias clínicas estéticas no Reino Unido.
Claro que usar essas fotos como referencia para melhorar sua aparência é normal, mas ficar obcecado em ser idêntico a foto com filtro já pode revelar que há outros problemas a serem tratados. E Esho ainda vai mais longe dizendo que até é antiético por parte do cirurgião plástico operar neste caso, visto que por melhor que seja o resultado, o paciente nunca vai ficar satisfeito por ele necessitar de algo que nenhum procedimento estético ou cirurgia irá resolver.
De qualquer forma, vale a reflexão: será que quero apenas corrigir o que me incomoda com a consciência que é para realçar o que já tenho e sou, ou estou obcecado em ser aquela pessoa da foto com filtro?
Se ainda tem dúvidas procure um cirurgião plástico habilitado, faça uma consulta da real necessidade dessa cirurgia ou se pode resolver com um procedimento estético. Analise, veja os riscos e só assim tome uma decisão.
Mais do que ficar’ bonito’ na foto, é importante estar de bem consigo mesmo e o resultado da boa cirurgia vem daí. Saber que a cirurgia plástica vai realçar o que o que tenho em meu rosto ou meu corpo, mas não tem o poder de mudar o que sinto por dentro e como me vejo. Pense nisso.
Benedito Figueiredo Junior é cirurgião plástico em Mato Grosso