"Caspa" um mal que aflige um em cada dois homens
A dermatite seborreica vulgarmente conhecida como "caspa " é uma doença eritêmato – escamativa de caráter crônico recidivante que possui dois picos de incidência: o primeiro, durante os três primeiro meses de vida, e o segundo, à partir da puberdade atingindo seu ápice entre os 40 e 60 anos de idade. A apresentação bimodal da doença ( ao nascimento e pós-puberal) sugere que ela esteja relacionada a hormônios sexuais.
A caspa é a queixa masculina mais frequente nas clínicas de cabelo ( mais ainda do que a queda capilar) e, segundo estudos, atinge metade da população masculina.
A causa da Dermatite Seborreica ainda não está perfeitamente definida, porém hoje a regra é associação da doença à presença do fungo Malassezia sp na pele dos indivíduos acometidos e também devido há um descontrole das glândulas sebáceas, que trabalham em excesso para proteger o couro cabeludo gerando acúmulo de gordura, que se desprende em flocos ou cascas.
A dermatite seborréica tem caráter crônico, com tendência a períodos de melhora e de piora. A doença costuma se agravar no inverno e em situações de fadiga ou estresse emocional. As manifestações mais frequentes ocorrem no couro cabeludo e são caracterizadas por intensa produção de oleosidade (seborréia), descamação (caspa) e prurido (coceira). A caspa pode variar desde fina descamação até a formação de grandes crostas aderidas ao couro cabeludo. A coceira, que pode ser intensa, é um sintoma frequente nesta região e também pode estar presente com menor intensidade nas outras localizações.
Quando atinge a pele as áreas mais atingidas são a face (principalmente o contorno nasal, sobrancelhas e fronte), pavilhões auriculares e região retroauricular e o centro da região torácica anterior e posterior que recebe um nome específico de Dermatite Seborreica Petalóide.
Não existe medicação que acabe definitivamente com a Dermatite Seborreica, porém seus sintomas podem ser controlados. O maior fator de adesão ao tratamento é a orientação adequada aos pacientes conscientizando os mesmos que a Dermatite Seborreica é uma doença crônica, sem cura completa, com períodos de exacerbação e remissão, e que as opções terapêuticas não são sempre satisfatórias. O tratamento geralmente é feito com medicações de uso local na forma de sabonetes, xampus, loções capilares ou cremes, que podem conter anti-fúngicos ou corticoesteróides, entre outros componentes. O tratamento adequado vai depender da localização das lesões e da intensidade dos sintomas, e deve ser indicado por um médico dermatologista.
Bruno Olavarria Aquino é especialista pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e Membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e faz parte do corpo clínico da Clínica INTRO.