Estive em Brasília para uma reunião na Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste – Sudeco instituição recém criada pelo Governo Federal com o objetivo de proporcionar o desenvolvimento econômico e social em nossa região.
Para minha grata surpresa encontrei velhos conhecidos. O presidente Marcelo Dourado, homem dinâmico e objetivo que já ocupou varias funções públicas, inclusive a Secretaria de Turismo do Distrito Federal. Isso é motivo de comemoração para os secretários de Turismo da Região Central do Brasil pois ele tem uma visão correta sobre o papel do turismo e sua importância econômica para o nosso país.
Outra grata satisfação foi encontrar um jovem mato-grossense na diretoria de Sustentação de Programas e de Gestão de Fundos da Sudeco – o engenheiro Cleber Ávila. Líder estudantil e militante político, Ávila conhece bem as potencialidades turísticas de Mato Grosso.
Mas, no que a Sudeco pode contribuir com o turismo? Em muitos aspectos, principalmente porque este novo orgão administra os recursos do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO).
Mato Grosso historicamente muito pouco tem acessado ao FCO, pela burocracia excessiva ou pelo pouco interesse dos agentes financiadores que muitas vezes chegam a complicar o acesso aos recursos. Apesar disso, é preciso reconhecer que ocorreram mudanças significativas que facilitaram o acesso da iniciativa privada a está importante linha de crédito, que terá em 2012 R$ 260 milhões à disposição do empresariado.
Por definição política dentro do projeto "Brasil sem Miséria", lançado recentemente pela presidenta Dilma Rousseff, o diretor da Sudeco vai direcionar os projetos para os micros, pequenos e médios investidores observando e priorizando a questão de gênero. Na prática isso significa estimular as mulheres a se tornarem empreendedoras.
Na produção associada ao turismo – gastronomia, artesanato e prestação de serviço – assim como nas operadoras, agências de viagens, nos atrativos, hotéis e pousadas existe uma participação expressiva de mulheres, muitas vezes na informalidade. Precisamos estimular essas mulheres a acreditar no potencial de produção que elas representam.
Segundo pesquisa da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da Republica, a nova e disputada classe C chega a 95 milhões de brasileiros, tornando-se a camada social mais representativa do país. A sua maioria são mulheres (51%), majoritariamente habitantes de áreas urbanas.
A nossa região, o Centro-Oeste está entre as três regiões do país com o maior número de mulheres. Predominantemente adultas com mais de 25 anos, encontram-se em pleno potencial de trabalho e produção.
Ficou definido que a partir de março a Sudeco iniciará uma agenda de visitas na nossa região, fazendo o FCO itinerante, possibilitando assim que todos conheçam as vantagens de acessar, bem como treinando, qualificando e sensibilizando os agentes financiadores para contribuir com o acesso ao credito.
Outra contribuição que a Sudeco nos trará será, a partir do segundo semestre deste ano, a produção de folheteria promocional para divulgação do Turismo no Centro-Oeste nas feiras internacionais em que participaremos.
Uma das grandes dificuldades que se verifica no exercicio da atividade turistica é a falta de indicadores e dados estatísticos que auxiliem a elaboração do planejamento dos investimentos privados e a definição das políticas públicas.
Nessa mesma reunião propus ao presidente da Sudeco a criação de um "Observatório do Turismo", a exemplo do implantado na cidade de São Paulo, que facultará a todos, público e privado, diversos dados e informações inerentes ao turismo.
Tenho sempre afirmado que a parceria entre o publico e o privado é fundamental para o desenvolvimento turismo no Brasil. Quanto mais investimentos públicos houver, mais fácil será atrair os investimentos privados.
Citando a respeitada Professora e critica de arte mato-grossense Aline Figueiredo, "os desenvolvimentistas dizem que o agronegócio gera mais riqueza". Contudo eu pergunto: deram uma oportunidade (crédito) para a cultura, turismo e educação mostrarem o quanto podem tambem gerar e distribuir riqueza?
Professora Aline, nós sabemos que muito pouco foi feito e que o turismo em Mato Grosso é a junção do atrativo natural, com a essência cultural, educacional e artística do nosso povo.
Se tivermos a sabedoria e logicamente também os investimentos e subsídios necessários, transformaremos tudo isso em um produto turístico que seguramente será um grande distribuidor de renda e riqueza no nosso estado, e uma excelente forma de inclusão econômica e social.
Teté Bezerra – deputada estadual licenciada e secretária de Estado de Desenvolvimento do Turismo de Mato Grosso.