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Potência olímpica

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A participaçao do Brasil nas Olimpíadas de Londres tem duas interpretações. Para o grupo dos ufanistas, principalmente aqueles que fazem parte do aparato oficial ou o que popularmente são denominados de cartolas, nunca o Brasil esteve tão bem e com certeza a glória vai ser alcançada daqui a quatro anos quando o Rio de Janeiro vai sediar os próximos jogos olímpicos.

Nem mesmo a frustração com as poucas medalhas de ouro, apenas três, que acabaram deixando o Brasil na 22a posição tem servido de alerta quanto a falta de estrutura e de apoio para os vários esportes que fazem parte das olimpíadas.

Para um país que parece cultuar de forma exagerada apenas o futebol, os demais esportes, principalmente os individuais acabam sendo esquecidos pelos nossos governantes que imaginam que uma potência olímpica se constroi com discursos vazios, principalmente em períodos eleitorais.

A nossa delegacão, constituida de 259 atletas, dos quais 51 atletas de alto rendimento das Forças Armadas (AAR),campeões dos jogos mundiais militares realizados no Rio de Janeiro, em 2011, nos coloca em uma posição acima da média das delegações dos países com PIB bem aquém do nosso.

Além das grandes potências olímpicas como EUA que faturaram 46 medalhas de ouro, China com 38, Inglaterra com 29, Rússia com 24 e outros países do primeiro mundo, cabe destacar outros, cuja importância econômica ou geo-estratégica no contexto internacional estão bem aquém do que nossos Governantes dizem ser a posiçao do Brasil, também tiveram desempenho melhor do que o nosso país.

Estavam em disputa 285 medalhas de ouro, que é considerado o indicador para a classificação dos países no ranking dos jogos olímpicos. Enquanto os EUA ficaram com 16,1% e a China com 13,3% das medalhas de ouro o Brasil conseguiu apenas 1,1%, mesma participação no total do comércio internacional, apesar de sermos a sexta economia do mundo e o sexto país mais populoso, duas condições importantes para nossa imagem global.

A Coréia do Sul foi classificada em quinto lugar com 13 medalhas de ouro, a Hungria com 8, a Austrália com 7, o Cazaquistão com 7, a Ucrania com seis, Cuba com 5 , Nova Zelândia 5,Irã, Jamaica, República Checa e a Coréia do Norte, todos com 4 medalhas de ouro. O Brasil, como já mencionado, apenas três.

Cabe ressaltar que ao longo de quatro anos entre as Olimpíadas de Pequim e a de Londres, o Brasil melhorou apenas uma posição. Deixamos a 23a posição para ocupar a 22a, apesar do ufanismo dos dirigentes olímpicos e dos governantes, todos bastante eufóricos pelo fato do Brasil sediar as próximas olimpíadas.

Além das obras físicas, dos serviços de apoio aos atletas, turistas e visitantes, incluindo a segurança pública, parece que os atuais e talvez futuros governantes estão pouco interessados em que nosso país ,como anfitreão, possa ter um desempenho com os anfitreões anterioes.

Caso não haja um empenho de verdade a todas as modalidades de esportes olímpicos por parte dos Governos Federal, Estaduais e municipais, corremos o risco de ao encerrar os jogos olímpicos de 2016 continuarmos abaixo da 20a. posição e deixar para as calendas o sonho de sermos uma potência olímpica compatível com a projeção de nossa economia,que poderá ser talvez quinta maior do mundo dentro de poucos anos.

Antes de 2016, temos que acertar as contas com a copa das confederacies em 2013, e a copa do mundo (FIFA) 2014, onde toda a ênfase é apenas a nossa seleção canarinho, que apesar de ser pentacapeã, ainda não conseguiu conquistar o ouro olímpico.

Juacy da Silva, professor universitário, mestre em sociologia, colaborador de Só Notícias. [email protected]
www.professorjuacy.zip.net

 

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