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Pit Bull é demais

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Com mais de 100 mil habitantes, tudo pode acontecer numa cidade. Há tempos vivendo seus dias de cão, Sinop vive agora seus dias de Pit Bull.

Não se deixe enganar. O bicho é fera. “A história do American Pit Bull Terrier está ligada ao combate de cães e touros que foi muito apreciado por populares, especialmente na Inglaterra, no século XVIII, começando a decair no início do século XIX, até ser definitivamente proibido pelo governo inglês em 1835”, dizem admiradores no site http://www.saudeanimal.com.br/pit.htm.

Informam que o Brasil tem hoje cerca de 40 mil desses bichos e que 60% dos ataques não é deles, mas dos vira-latas. Dizem que Pit Bull ou outra raça qualquer não é merecedora de culpa pois os verdadeiros culpados são aquelas pessoas que, com a desculpa da necessidade de se ter um animal feroz, treinam indevidamente seus animais. E apela: “O American Pit Bull Terrier vem sofrendo diversas restrições legais em diversos países inclusive no Brasil, não podemos cair no erro de países como Inglaterra , França, que proibiram a criação da raça.”

Imagino que as pessoas atacadas não têm a mesma opinião.

O site www.g1.com.br contou a história de uma delas, a dançarina Gabriela Santos Toscani, 19 anos, vítima do ataque de um casal de pit bulls na praia da Joaquina, em Florianópolis, em Santa Catarina, na tarde do sábado 16/12/2006. A notícia mostrou o drama que a moça viveu enquanto se recuperava dos ferimentos provocados pelas mordidas dos cães. A cena do ataque foi gravada por um cinegrafista amador. Ela foi ferida nos dois braços, nas nádegas e na perna direita. Segundo Gabriela, o maior ferimento é o psicológico. “Ainda não estou conseguindo dormir direito, pois sempre vem a cena dos cachorros me atacando. Eu choro muito e fico assustada. Está sendo bastante difícil para mim”.

Os bichos atacaram outras pessoas naquela praia. Morderam a perna de uma mulher e um deles saiu correndo com a bolsa dela. Depois, avançaram num surfista, que se defendeu com a prancha. Em seguida atacaram Gabriela.

Quatro dias antes, em Goiânia, um homem de 57 anos morreu, após ter sido atacado por seu filhote de pit bull. O Corpo de Bombeiros informou que o cachorro partiu para cima da vítima e comeu parte de seu rosto.

O site www.pitbull.com.br diz que um Pit Bull pode ser o maior companheiro de uma família nas mãos certas. E filosofa: “Ter um Pit requer inteligência, responsabilidade e posse responsável. Infelizmente algumas pessoas adquirem por razões erradas ou têm pouco conhecimento das características da raça. Um proprietário ou potencial dono precisa saber que a principal característica do American Pit Bull Terrier (APBT) foi (e para muitos ainda é) o combate entre cães.”

Os donos desses bichos sabem o que têm em casa. Devem ser responsabilizados pelas conseqüências. Eu jamais teria uma fera dessas. Temo que alguém da minha família – ou da família dos outros – seja atacado por um desses bichos. E não tenho dúvidas: se um me atacar ou a alguém da minha família, agirei em legítima defesa. Matando o bicho, se necessário, e levando o dono à Justiça. Afinal, se se é inteligente para não ter em casa um leão ou uma boiguaçu, por que não se é para não ter um Pit Bull?

Leonildo Severo da Silva é advogado em Sinop.
[email protected]

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