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O valor da Unemat

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Da criação do Instituto de Ensino Superior de Cáceres no ano de 1978 (IESC) vinculado à Secretaria Municipal de Educação e à Assistência Social, com a meta de promover o ensino superior e a pesquisa, para o atual perfil da tão respeitada instituição pública de ensino superior do estado, a UNEMAT passou por um primoroso processo de desenvolvimento.

A UNEMAT está presente em 112 dos 141 municípios mato-grossenses, com 11 campi e 15 núcleos pedagógicos. Cerca de 15 mil acadêmicos são atendidos em 82 cursos regulares e modalidades diferenciadas oferecidas em todo o Estado, 49 especializações e 2 mestrados institucionais.

Seu quadro docente é composto por 985 professores especialistas, mestres e doutores efetivos. As ações de extensão e cultura realizadas pela Unemat somam mais de 200 projetos. São quase 800 alunos bolsistas em atividades que atendem demandas das comunidades locais, com respeito às características socioculturais, mais de 70 grupos de pesquisa cadastrados e 220 projetos em desenvolvimento nas mais diferentes áreas de conhecimento. (dados retirados do site oficial da instituição).

A UNEMAT que traz em sua história a marca de ter nascido no interior, nos seus mais de 30 anos, cresceu, diversificou e concretizou-se como Universidade do Estado de Mato Grosso – uma instituição pública, democrática, gratuita e de qualidade, que atende satisfatoriamente ao tripé ensino, pesquisa e extensão, que dá legitimidade e sustentação à existência da universidade.
Desde o início de 2009 temos acompanhado o desenrolar de uma crise que até então girava em torno da busca de consenso sobre questões ligadas à administração e a conseqüente insatisfação de parte da comunidade acadêmica com a gestão de seu reitor, mas, a fatídica anulação do megaconcurso público promovido pelo estado coloca novamente em cena a UNEMAT, só que desta vez como responsável pelo fracasso na realização, e, como era de se esperar, pela frustração e revolta de quase trezentos mil candidatos, dentre estes uma considerável parcela vinda de outras localidades do país.
Não é minha intenção discutir as questões relacionadas às perdas que os candidatos sofreram. Isso é indiscutível, o momento não cabe hipocrisias. Grosso modo, o que resta fazer em relação às perdas materiais? Ou prestar o concurso novamente, ou, acionar o Estado em busca de ressarcimento de prejuízos.
Mas o que desejo destacar é o ponto nevrálgico do fato. Esta situação nos conduz à idéia errada de que o desenvolvimento de Mato Grosso é uma farsa. Esse é o problema. E, nós, matogrossenses – de nascimento ou opção -, destituídos de sentimentos sectaristas, não podemos concordar com essa injustiça. O desenvolvimento do estado é real e a UNEMAT é idônea e competente, porém, deveria ter recebido todos investimentos para executar a tarefa que lhe fora confiada.
Sabemos que em certo nível as crises são benéficas. Mas também sabemos que não há crise sem perdas e disparidades. Acima dos interesses individuais estão os interesses coletivos. A Unemat é um patrimônio público, não só mais de Mato Grosso. Trata-se de uma instituição que traz divisas para o nosso estado justamente por ter a responsabilidade de formar profissionais competitivos nas mais variadas áreas do conhecimento.
A crise da UNEMAT é mais política que pensamos. Não é nosso papel fazer apenas julgamentos, muito menos defendermos este ou aquele segmento. Resta saber da disponibilidade de cada um em contribuir efetivamente para o fortalecimento da imagem do estado e de suas instituições, em especial de sua comunidade acadêmica. O que exige, dentre outras, conhecimento de causa, capacidade de discernimento, consciência do conflito gerado, mas especialmente, consciência política, não partidária, pois esta, na altura dos acontecimentos, só atrapalha.
Temos sim que defender a educação de qualidade em todos os níveis. Se queremos desenvolvimento com responsabilidade social, haveremos de investir cada vez mais na formação das novas gerações. Tarefa esta que exige dos profissionais da educação investimentos continuados em sua qualificação com vistas a aprimorar competências e habilidades específicas que atendam um mercado de trabalho cada vez mais dinâmico e sem fronteiras.

Portanto, o catastrófico episódio do dia 22 de novembro denuncia a disparidade entre a estrutura de nossas instituições responsáveis pela Educação e o desenvolvimento do estado. Ao contrário do que se esperava, a realização do maior concurso público do país, ao invés de demonstrar o real desenvolvimento do estado de Mato Grosso, rendeu-nos muita dor de cabeça, prejuízos materiais e um prejuízo moral incalculável à UNEMAT, que ao invés de ser rechaçada, deveria, pelo seu histórico, ser reconhecida por ter cumprido bem o papel intransferível da universidade – o lugar privilegiado de produção de conhecimento – na realização do concurso, que pelo lado do estado, representaria o encerramento com chave de ouro do ano político de 2009 e, do outro, a esperança de garantia de emprego em 2010 para milhares de pessoas. Um sonho adiado.

Sebastião Monteiro é advogado e professor universitário
[email protected]

 

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